Diário de Porto - Porto seguro! Cartas para quem eu amo...
Cartas para quem eu amo será o meu "Diário de Porto". Porto seguro! Para minha filha retornar sempre! E ela, fará o seu "Diário de Bordo". Para registrar a realização de seu sonho para que nunca, nada a faça acreditar que sonhos são impossíveis.
Quer participar de nossa conversa?
Giovana, minha filha, viajou em busca de seu sonho. Europa e Polônia fazem parte do itinerário. Daqui, lhe escrevo cartas. De lá, em seu blog, relata a cada dia, tudo o que vem acumulando em lembranças.
Este espaço é aberto a todos que entram aqui para compartilharem este gostoso sentimento da SAUDADE! Que, por alguma razão, têm uma afinidade em lerem "Cartas para quem se ama". De verem em linhas, sentimentos que lhes são tão familiares. E, a mim, será um enorme privilégio poder ler suas impressões e comentários.
Para isso, clique em "comentários" e digite suas palavras na janela que se abre. Se você tiver um pefil já definido (Google, WordPress, Nome/URL, etc) é só selecionar, senão, pode selecionar a opção "anônimo", aí é só "publicar"! Se quiser, identifique-se com seu nome e e-mail, ao final, pois assim, poderei fazer contato!Bem vindo a bordo no Diário de Porto!
quinta-feira, 1 de março de 2012
Abre parênteses...
Bem, na verdade, é apenas um abre parênteses antes de eu relatar a emoção de rever minha filha. A gostosa sensação que coisa tão pouca e boba me deu. Um busão, mochilão nas costas, a da Gi e a minha e tanta coisa fervilhando cá dentro... Não é preciso muita coisa fora, quando você já tem tudo o que precisa dentro de si mesma! Primeiramente, a Fé que remove o intransponível. A essência que nos mantém autênticos ao que somos, nos assegurando estarmos vivendo e não apenas vegetando. E a sede de viver! Isto vem cá de dentro. Tudo o que buscamos fora se torna vazio e dispensável se não tivermos isto aqui dentro. Que nos faz ver graça, por exemplo, num pão de queijo com água tônica numa rodoviária. Andar algumas centenas de km em questão de somente três dias só para ver uma pessoa que se ama c.hegando de sua viagem dos sonhos! Gastar suas preciosas horas de seu banco de horas reservadas para as coisas mais importantes...
Minha filha! Você e seu irmão são as coisas mais importantes para mim! Só isto bastaria para me fazer viajar para te receber e passar estes dois dias com você. E aguardar você apontar no corredor de desembarque com o mais feliz sorriso que já te vi dar, ahhh... Não há nada que pague isso!
Te amo!
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Minha caixa para você!
Estou na estrada. Na Castelo, para ser exata, a cerca de 100 km de São Paulo. Um silêncio vindo de fora invade o turbilhão cá dentro. Mais algumas horas e, enfim, te reencontro!
Foram 73 dias! Por quantos valerão? Por toda uma vida, calculo. Mas, veja bem: do tamanho de uma vida muito, muito bem vivida. Que se meça pela quantidade de gargalhadas. Pelas largas passadas que rumam certeiras a um destino desenhado para se buscar.
As coisas que valem a pena, valem para uma vida inteira! Perpetuam-se. Ensinam e são relembradas sempre. Vão conosco. São pra sempre da gente, ainda que todos nem lembrem, não vejam. Tornam-se uma espécie de massa transparente que se mistura com a gente mesmo. Invisíveis, mas presentes. Ultrapassam a esfera do visto, visível, existente...
Lembra-se quando te falei, por diversas vezes, da tua bagagem invisível que você traria? Que dinheiro não compra, não acusa excesso de peso, não depende de mala de rodinha, nem mochila de zíper estourado para ser trazida? Pois bem! E como se não bastasse, não envelhece, não tem prazo de validade, não sai nunca de moda, é sempre bem vindo! São tuas lembranças. É quando o SONHO deixa de ser sonho, é vivido e pra sempre é SEU na forma de LEMBRANÇAS. Explico: SONHO é o nome no tempo FUTURO. LEMBRANÇA é o nome no tempo PASSADO. Quer saber qual é o nome disto no tempo PRESENTE? Hummmm... Tem que viver pra saber! Mas a chave da porta que leva a ele tem o nome de BUSCA. Leva a caminhos que ninguém vai saber ou viver por você. Representa o que você é. Explica amores, caminhos, "coincidências". Figuradamente, é aquela caixinha de presentes oca, vazia que, um dia, vocé me deu. Que continha um único e enigmático conteúdo: um ESPELHO! Basta olhar para ele. Se a imagem refletida nele no tempo PRESENTE não corresponder ao SONHO no FUTURO, a LEMBRANÇA do passado, cuidado! Alguém tomou emprestada sua caixa, põs lá dentro uma imagem qualquer e você está vivendo uma vida que não é a sua!
Gi, minha filha preciosa! Sabe a caixa que te pedi de presente? Contendo SÍMBOLOS da minha essência? É o meu presente a você! Contém coisas minhas que também são tuas! Escrever... Viajar... Natureza... Você, com certeza, numa versão aprimorada minha, com pitadas da personalidade de teu pai e ingredientes peculiares só teus, acrescentará outros ítens mais a ela. Lembra-se por que eu te pedi para fazer esta caixa para mim? Para eu, NUNCA, NUNCA, NUNCA esquecer a MINHA ESSÊNCIA... Pois bem! É este o presente meu que quero te presentear. Uma caixinha que contenha TUA ESSÊNCIA para que você nunca a perca. Traga-a sempre consigo e possa sempre abri-la para espiar e regar e manter vivo aquilo que você é e que te mantém viva.
Querida, como você mesma disse, teu sonho não está chegando ao fim. Você, apenas, tomou posse dele. De futuro, tornou-o passado. Isto só fortalece em você, a certeza de buscar outros mais. Eu estarei sempre aqui. No porto. Porto seguro para você retornar. De cada viagem que se embrenhar. Em cada sonho que ousar tornar seu. Breve, breve, hora ou duas e um abraço que é pequeno para conter todo nosso amor.
Até já! Te amo. Sempre e pra sempre!
Mammy
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Septuagésimo Segundo dia! Véspera de sua chegada!
Estou a hora e meia de pegar um ônibus que me levara ate Bauru e de la, eu e os pais da Le, tua companheira de viagem, amiga cabeca de câimbra e de sonho iremos juntos buscar vocês em São Paulo. A esta hora amanha já estaremos todos juntos viajando de volta ate Lençóis Paulista, na casa deles e la passarei dois dias com você. Finalmente!
Não há muito que possa dizer que já não tenha sido dito... Mas de todas, o que faço questão de repetir quantas vezes for necessário e… Quanto orgulho de voce! Quanta admiracao… quantas vezes fosse ou for necessario, voce sempre tera meu apoio pra buscar teus sonhos. E como valeu a pena… Sempre e sempre valera a pena, ouvir a voz do coracao, sentir quais sao teus sonhos e ir…
Logo mais, juntas, novamente!
Beijo, te amooo!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Sexagésimo sétimo dia!!! “Quem não arrisca, não petisca!”
Veja só... Reta final! Muitas coisas ganhas pelo caminho. Frases simples definem bem isto que se passou. Do tipo: “Quem não arrisca, não petisca!” simples e verdadeiro... Quem não arrisca, não sente o sabor do novo, do saboroso. Passa a vida comendo angu...
Não que um pratinho de feijão com arroz, pra quem gosta não seja precioso e saboroso. Sou adepta de pratos simples. Mas sou mais da linha “baciona” de alface, rúcula e agrião, com tomate vermelhinho, de preferência o pequeninho, um legume, uma carne, porque, apesar da panca de vegetariana, sou chegada numa carne vermelha bem preparada, um peixe, um frango, um churrasco.
A questão do angu, explico. Quem nunca sentiu o aroma de outro prato, que não seja o seu angu de todo dia, talvez nem sonhe que haja outros sabores, outros paladares. E sua vida seja predestinada a ser sempre assim. Angu e angu! E não lhe fará diferença, nunca. O problema é o vento! Este que eu adoro sentir na cara, que me desperta, me faz pensar que estou na praia, que me faz sentir que todo o peso está sendo levado de dentro da minha alma, a cada vez que ele bate em meu rosto e corpo... O vento é faceiro... Sutilmente, leva e traz. Assim como as donas faceiras que se dependuram nos portões contando a vida alheia! Sim! De mansinho, levam cheiros. Trazem outros. E aguçam narizes alheios! E pessoas que jamais pensaram existir outros aromas, descobrem, de repente, que o mundo é muito mais do que o seu nariz alcança! E, curiosos, sentem necessidade de saberem de onde vem, o que são estes cheiros tão diferentes...
O problema do angu com a mesma cara de todo dia até poderia ser facilmente resolvido com temperos diferentes. Molho vermelho, sem molho, carne picada, sem carne, cheiro verde, sem cheiro... Mas só a vestimenta não resolve mais quando é o conteúdo que pede novidade. (Qualquer semelhança com a vida das pessoas, que trocam de roupa, de carcaça, mas não mudam o conteúdo NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!)
Há pessoas que levam uma vida inteira sem conhecer o mar! Muito mais gente do que imagina nossa vã ignorância! Convivo com gente bem simples no atendimento que faço em meu trabalho. Isto pra gente do interior como nós, é fato! Como saber então que o cenário pode variar tanto, dispor-se em montanhas, vales, mares, diferente do seu mundinho que seus pés alcançam? Somente pela televisão. Porque, hoje, há a televisão. Pra cutucar a vontade alheia, cutucar vaidades, desejos que cobiçam o diferente. Muita coisa, antigamente, era mostrada por livros. Eles eram a porta de a passagem para viagens intermináveis de jovens leitores. Hoje, a televisão, a internet cumpre este papel a quem tem acesso a elas. Mas entre olhar, passivamente e decidir-se a ir buscar este mundo imenso posto diante de seus olhos há um abismo enorme...
Pensar em “por onde meus pés passam” ou “onde meus pés alcançam” é um plágio assumido do que sempre diz minha filha. “Fotinha” dos pés postos indicando um horizonte longe, emoldurados por algum lugar especial que represente alguma viagem importante. Logicamente, nesta sua viagem, haveria muitas molduras... Como foram! E, mais do que nunca, vêm confirmar a frase “quem não arrisca, não petisca!”.
Escrevo hoje num presságio do final que se aproxima. E, pra variar um pouco, fico na dúvida... Posto no CLICS ou no Diário de Porto? Comecei escrevendo para ela. Para o Diário. Mas tem tudo a ver com o que posto no CLICS... Vou inovar então! Pura safadeza minha. Vou postar nos dois! É o sexagésimo sétimo dia de sua viagem. Mas é uma conversa, prosa boa sobre o sabor desta sua viagem... Tudo a ver com o CLICS. Fruto do Diário. Como não poderia deixar de ser... Somos nós duas nos dois!
O que é tempo? Se não a opção que fazemos de nossas vidas?
Cinzas de quê? Dos dias anteriores. Neste caso, do tal carnaval. Que já foi festa despretensiosa, digamos, até sem malícia, ou maldade. Mas talvez, na raiz disto tudo, seria exagero classificar assim! Religiosamente, a festa tem origem pagã! Como quase todos os costumes enraizados nas festas religiosas, também. Mas não é minha intenção discutir o bem ou mal, o vínculo de cada um.
Como tive a infelicidade de receber um comentário invasivo, infundado e infeliz em meu mural no face, ao divulgar o post da Gi de seu blog, fico meio esperta. A internet é de livre acesso. A gente divulga e recebe críticas. Entra, se quiser, lê se quiser e critica com a devida educação. É no que acredito! Mas nem todos pensam assim. Críticas e comentários são sempre bem vindos. Desde que para “classificar” nossas palavras ou textos, use de respeito, de conhecimento, ou se busque saber quem é que fala, sua história de vida, antes de nomear com palavrinhas jocosas o que escrevemos! Abobrinha? Sim! Preferível se a contrapartida for comida refinada, sonsa, nada ligada às origens de quem fala. Como escrevi uma vez no texto “Natal com polenta” em meu blog, é na simplicidade que mora a felicidade. Nossos blogs, meus e da Gi, não têm a pretensão de agradar aos outros. Escrevemos porque é algo que gostamos. Escrevemos para expressar sentimentos, nosso pensamentos, nossos sonhos e compartilhar a busca deles e a sua conquista! Escrevemos para que as pessoas que queiram ler e compartilhem de sentimentos parecidos, possam viver juntas da gente, a conquista, para sentirem-se capazes também, de buscarem aos seus! Nossas palavras são palavras simples. Sinceras, de uma espontaneidade desprovida de malícia ou mascaradas para agradar, se isto implicar em abrir mão da originalidade e da verdade. Escrevemos o que vai de fato cá dentro! Desvendamo-nos a nós mesmas, para COMPARTILHAR...
Bem, feito o desabafo de constatar que algumas pessoas entram para lerem para postarem “sinceros” comentários desrespeitosos, sem a mínima noção da vida de quem escreve, apenas para aparecerem no mural alheio, vamos ao dia de hoje!
Estou a cinco dias na casa de uma amiga querida, do coração! Como é bom ter colo de amiga!!! Naqueles momentinhos de querer ir pra casa da mãe que não está mais conosco, ou da irmã pra ficar horas papeando, fugir um pouco do burburinho de todo dia, respirar outros ares, um vento na cara de estrada, falar-falar-falar, ouvir-ouvir-ouvir... Faz bem! E a gente sempre sabe o que faz bem... Quase hora de ir embora (mais a noitinha), pego um pouquinho do tempo pra dedilhar, antes de ir... E registrar o quanto somos privilegiados por termos amigos assim! Destes, tipo a Edna que a gente liga e diz... “Posso ir aí amanhã?” Na maior cara de pau e... vem! Fica na casa como se fosse da casa, papeia, vai com ela pra lá e pra cá, fica sozinha quando ela sai pra um treino que não dou conta e fico – totalmente – à vontade! Bom...
A viagem de minha filha está chegando ao fim! Imagino que ela esteja em contagem regressiva! E embora a saudade deva estar apitando em seu coração, o desejo de colo de mãe, de pai, de irmão, das amigas, a saudade às avessas esteja doendo, doendo...
Sinto que isto seja a nossa sina! Viajamos. Amamos viajar. Mas a cada retorno anunciado, a proximidade do retorno às nossas casas nos deixe um pouco saudosistas, antes da hora, por desejarmos tanto e tanto por o pé na estrada e ficar um pouco mais lá onde estamos! E penso... O que é tempo? Se não a opção que fazemos de nossas vidas? Foram dois meses e meio que poderiam ter sido para ela, iguais a todo ano. Por mais recheados de lembranças boas que optamos a todo ano, em irmos e ficarmos em lugares escolhidos por nós e que apreciamos e curtimos, a ousadia de tentar um novo precisa existir! É desta ousadia que depende a vivência do inusitado. De coisas novas não experimentadas e, talvez, não imaginadas. Definir um sonho, torná-lo meta, planejar as estratégias para realizá-lo e vivê-lo é algo próprio de quem arrisca e não teme ir por um caminho desconhecido. Por acreditar que pelo caminho, caminhando, irá encontrando os motivos de prosseguir. Serão pessoas que nos acolhem, que comungam dos mesmos ideais, de olhos que cruzam a sua frente, desejosos de acreditarem que seus simples sonhos são possíveis também! Jovens pares de olhos que faíscam ao verem e ouvirem suas historias simples que, comprovadamente, fizeram e farão a diferença na vida de outras pessoas! Não são de grandes coisas que necessitamos! São das pequenas! As que nutrem, que não deixam esmorecer, que abrem janelas, mostram caminhos, indicam o horizonte...
Minha filha, em uma semana já estará no Brasil. E não há nada que me faça pensar diferente sobre o quanto foi a decisão certa a ser tomada! Quantas são as coisas que pensamos num determinado momento em nossas vidas, no mais íntimo do nosso coração, no secreto de nosso arrependimento, que deveríamos ter ido por outro caminho, mas que não há mais tempo de corrigir a direção (ou a coragem para fazê-lo não veio ainda...)... Esta certeza que se tem do caminho tomado certo, da coisa certa feita é a certeza do passo certo. Que pode nos levar a uma caminhada certa. Esta que tantos buscam para sua realização pessoal, da felicidade de uma vida vivida plenamente e feliz. É assim que vejo sua vida, querida! Setenta e três dias vividos intensamente que enriqueceram sua vida e que te farão toda a diferença!
Eu te admiro, hoje, muito mais do que antes! Foi guerreira, valente. Acreditou quando muitos não acreditariam e entregariam os pontos. Não se fez de rogada às dificuldades. Traçou os meios. Não teve vergonha alguma de trabalhar e trabalhar e trabalhar. Economizar e economizar e economizar para tornar possível seu sonho! Como você mesma disse, é VIVENDO O QUE SE FALA que se mostra o quanto uma vida é verdadeira. Você é autêntica, transparente, tem convicção no que fala porque vive aquilo que diz! Por isso, suas palavras convencem e são modelo! Com certeza, fará toda a diferença na vida de muitas pessoas que tiveram o privilégio de passarem por você!
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Diario de bordo: Dabrowa Chelminska - 07/fev
Olhe só suas belas palavras...
"Isso me fez pensar muito nos nossos sonhos novamente. Esse com certeza é meu livro preferido, e ver ele agora nas minhas mãos, em polonês, como eu tinha sonhado um dia, foi incrível.. Fiquei pensando no poder que temos as vezes de realizar as coisas, mas que por vezes deixamos de ‘utilizar’ ou apreciar, só por medo ou por algo assim..
Fiquei muito, muito feliz com a minha compra, não só pelo livro, mas pelo o que ele representa..
Isso até me fez pensar e decidir algumas coisas eternas.."
Vale ou não vale ler???
Diario de bordo: Dabrowa Chelminska - 07/fev: A noite de ontem não foi muito fácil, acho que muita preocupação na cabeça, pensar demais faz com que a gente sonhe coisas que anda pensando...
Então, tá! O MEU PRESENTE!
Naquela de dar uma de Dona Estela, fui falando... Não precisa pensar em mim, não! Junta todo o dindin e compra a tal câmera tão sonhada, se a grana der pra isso. Missão quase impossível, mas não ficaria nada chateada se fosse por uma boa causa! Ademais, o sangue do Vovô Paulo iria pular cá dentro e, logicamente, eu me daria o gostinho de pegar na mão uma super câmera pra testar também, só pra sentir o prazer! Mas se não dá, não dá. Não vai faltar oportunidade pra realizar este sonho!
O que eu quero pra mim de lembrancinha? Ow difícil tarefa! Falo que não precisa, você insiste e, consultando o velho ego lá dentro, tem uma vozinha que pede bobaginhas! Bolsa? Blusinha? Coisinhas de mulherzinha? Sempre agradam, sim! Logico que o lado Susi-vaidosinha vai se agradar de qualquer coisinha destas! Tudo bem! O que vier é lucro. Sem gastança desnecessária. Me divirto ao ler você colocando que comprou uma calça NOVA! Pois adoramos passar no “Brecho Lavô Tá Novo” de Jaraguá pra garimpar coisas lindas, baratas e originais! Estilosíssimas! Raridade, pois Brecho em Londrina ainda é sinônimo de coisa usada, feia, fedida...
Aí, viajando na brincadeira, acabei determinado o que quero daí! Uma caixinha a La Liz da história do “Comer, Rezar e Amar”. Genial! Achei! É isto mesmo que eu quero! Uma Caixa de Essência! A minha essência! Dito, ouvido (ou escrito e lido) a missão foi aceita! Você caçará e juntará numa caixinha “símbolos” do que sou. Ninguém melhor do que filhos pra saberem disso! Imagino se estivessem vocês dois, você e o Gabri, andando pelas ruas da Polônia e Amsterdã, caçando estas coisinhas... Vamos de filha postiça, a Lelê pra te acompanhar, enquanto o Gabri não se embrenha nas viagens pra fora...
Siga teu coração! Você me lê nas entrelinhas. Sabe de mim, como eu mesma! Muitas vezes, antecipa e me sabe, melhor do que mesma. Pois não tem dó de enxergar aquilo que, muitas vezes, camuflo em mim... Quando falei com você sobre ter medo de perder minha identidade, você apontou: ESCREVER, VIAGEM e NATUREZA! Fechou!É isso! ESCREVER : O lado “interiorista” de dedilhar o que vai lá dentro, independente de quem vá ler. VIAGEM: O lado vento na cara, pé na estrada, musica de viagem, sorrisão no rosto e o horizonte à frente! Somos do mundo, no bom sentido de não termos fronteira. Nem medo de ir. Nem medo de seguir. Ainda que eu, muitas vezes, me imobilize. Temos ainda o Caparaó com um 4x4 – a Revanche! Temos a Patagônia a três, três motoristas, dando a volta na ponta do Brasil de baixo e fazendo a curva lá adiante... NATUREZA: Temos Bonito, as Chapadas, o Itaimbezinho com o Pedro Pan. E os lugares que vocês irão primeiro sozinhos pra me levar depois! A nossa árvore no Retiro... O osso Morro do Macaco, que estarão sempre lá, mesmo que as nossas viagens pra lá sejam substituídas por uma boa causa como foi agora, ou poderá ser quando o nosso destino indicar outros lugares...
Te pedi SÍMBOLOS! Se é metaforicamente que escrevo, nada mais apropriado que presentes metafóricos... Você já imaginava isso! Lógico! Já havia cantado a bola pra Lelê! Sim! O Anel que fica no dedo visível pra sempre me lembrar do nosso propósito, assim como nossa aliança, um anel que me remeta a ver sempre a palavra SONHO me cutucando... Uma caneta? Um carro? Uma pedrinha? Você saberá como simbolizar cada coisa que vê tão clara em mim. Sei diso!
Filha, vou fazer, agora, o que você mesma enxergou! Ficar com minha amiga do coração! Porque escrever é bom, quando não nos rouba de estar ao vivo, com quem é tão importante pra gente! Fui!
MEU PRESENTE? FÁCIL... MAS MONTE O SEU!
DESAPEGO! Isto explica um pouco quem colhe pelo caminho e não tem receio de seguir, colhendo o NOVO! Você tem a certeza de que o que colheu irá sempre com você! Por isso, não tem medo de seguir, ainda que carregue consigo a SAUDADE... Não querer permanecer não é sinônimo de não ter amado quem cruzou pelo teu caminho. É apenas mostra de que teu coração é imenso e cabe muito mais aí...
CURIOSIDADE! É tua marca. É o que te faz ter olhos vivos. Que movem-se e acompanham cada movimento a sua volta. Que faz captar perspicazmente (lembra do Glenio te descrevendo assim? Perspicaz!) e aprender e apreender... Não é só teu coração que coleciona novidades. Tua mente também!
GENEROSIDADE! Quem que te conhece que não te identifica assim? Aquela que carrega as sacolas e pacotes do mercado e não deixa a gente carregar. Aquela que se doa ao outro, esquecendo de si própria, em pequenas e bobas coisas. E também em grandes coisas como tempo dedicado a ouvir, quando seu próprio tempo é tão espremido para caber tanta coisa que pega pra fazer... Que economiza suas baladas, seu mercado, pra ter din-din pra uma viagem desta. Só pra não me dar despesa que não posso ter. Ahhhh, fillha! Você é a pessoa mais generosa que conheço, veia de tua vovó, que saia atrás de mim correndo me dando coisas que tirava de sua própria casa, tipo, blusinhas que achava melhor em mim, comida, verdura, porque doar pra ela não era nada...
DETERMINAÇÃO! Dificuldades? Sim... Existem. Mas não são impedimentos! É assim que te vejo! Você sempre sonhou “ir pra fora”. Ultrapassar a barreira do país. Conhecer outros mundos... Sempre foi difícil e não foi fácil acreditar que conseguiria. Mas você SONHOU, DETERMINOU A META, PLANEJOU, PRIVOU-SE DE MUITAS COISAS E COLHEU O SONHO! Quantos sonham e ficam só sonhando? Obter o que se sonha é fruto de determinação, dedicação, sacrifício, e perseverança! Lembra a nós, corredores, o concluir uma maratona? Siiiiiiiiiiiiim! Você é uma vencedora! Já te falei isso! Tua maratona extrapola os 42km. Teu alcance vai além! Sem fronteiras. Pois quem faz ao outro, não fica preso aos muros. Sempre vai além. Por isso, desde você pequenininha, quando já sonhava viajar, ir pra Austrália, sempre soube que o horizonte definiria aonde chegaria. E teus olhos miram longe...
FÉ! Nós sabemos bem o que vivemos, o que passamos nos tempos de muita fé, na falta de fé, de questionamentos meus em torno disso. Regras religiosas, imposições, preconceitos e saber do Amor Ágape de Deus. O ter certeza sem nada ver. Você se manteve íntegra, sincera, firme na certeza de Deus te cuidando e te amando. Louvável e, diria, invejável! Pois acima de qualquer coisa, nunca perdeu a certeza de que há, sim, um Deus que nos ama, cuida e vê lá na frente por nós! Isto faz toda a diferença! Isto te faz ser tudo aí que descrevo aí em cima... O amor de Deus nos nutre, alimenta, resgata e define nosso caminho.
Gi! Ia escrever sobre minha caixinha de presente. Vai ficar pra outra. Que tal você e a Lelê fazerem a de vocês? Uma caixinha miudinha que contenha a essência de vocês? Pra nunca, nunca esquecerem quem são? Algo pra se guardar debaixo da cama, no criado, na memória sobre o que as moveu a irem, a acreditarem ser possível o sonho, pra pegar toda hora que precisarem se achar, nas crises, nos momentos difíceis quando a gente tem vontade de desistir? Pensem nisso... E vão bolando a minha caixinha também!
Muito inspirada, hoje...
Um retorno... Porque pra escrever tem que brotar do coração...
Este tempo de parada, se não estou enganada deve ter uns catorze dias... Quando eu perdia um ou outro dia, retomava completando estes espaços – vácuos! Reescrevia os dias, relembrando o que havia se passado em cada um deles e relatava cada coisa em cada dia. O que acontece agora é que não dá pra relatar vazios! E me reservo o direito de deixar a lacuna. Foram dias sem inspiração. Inspiração? Como dizer que fiquei sem inspiração pra escrever pra minha própria filha que está lá na Polônia, longe, carente de carinhos, palavras e atenção? Bem, explico!
Se há pessoas que nos compreendem, sem nem mesmo termos de nos explicar, estas pessoas são as que nos amam (e que, invariavelmente, são as que nós amamos!). Gi, você é uma delas! Eu apenas não escrevi no blog. Nas minhas cartas a quem eu amo. Mas estive conversando com você por outros meios. Pois o espaço do blog é um espaço publico das nossas palavras. E seria ingênuo pensar que nos falamos apenas aqui. Mesmo porque nem tudo o que falamos é publico. Não nos vendemos a ser vitrine em tudo. Prezamos pela nossa privacidade, ainda. Publicamos o que consideramos ser olhável aos outros. Preservamos nossas conversas só nossas!
Meus vazios são a mostra clara de ser falha, sentir tristeza, duvida, insegurança, preguiça, falta de assunto, falta de motivação, falta de vontade. Ainda que o motivo de eu escrever no blog, neste blog, seja uma das coisas mais importantes da minha vida. Hoje, você, Gi, que está fora do país. Com certeza, daqui um tempo será o Gabri! Porque criei filhos para terem asas. Voarem alto e longe! E tenho certeza que da vontade que ele sempre teve de ir “pra fora do país”, como ele mesmo dizia quando era criança, nascerá a motivação para de fato ir. A questão não é por quem faço. Escrever não é algo custoso, obrigatório ou regrado. Escrever para mim é algo que FLUI. Naturalmente. E já foi o tempo de eu tentar me forçar a ser infalível. Não sou perfeita, não sou o tempo todo feliz, o tempo todo inspirada , o tempo todo de boa, o tempo todo forte, o tempo todo, toda certa! Erro! Falho! Falto! Sumo e também tenho vontade de sumir. E sumi! Seria muita falsidade de minha parte fingir... Fingir é algo que agride brutalmente minha essência. Não sei lidar com isso! Isto agride, corrói, mata quem eu sou. E isto tem me feito refletir muito por onde ando, o que faço, o que sou...
Se eu fosse presa a regras, eu me sentaria a uns dias atrás pra completar as lacunas deste blog. Tentaria fazer um esforço tremendo pra lembrar algo de importante de cada dia não escrito para relatar dia-por-dia o buraco que ficou. Grande coisa seria! Um blog que “honrou” bravamente seu “propósito” de postar diariamente... Mas que esconde debaixo de tanta eficiência, a falta de sinceridade. Cumpriu o proposto. A obrigação. Ainda que para isso, passasse por cima da sua própria cabeça e coração... Não! Definitivamente, não! Não fui feita pra isso! Não consegui escrever nestes dias, não por falta de conexão. De fato, trabalhei muito nestes dias e o cansaço veio. Mas ainda assim, eu dedilhei numa das madrugadas e escrevi. Cansaço nunca foi motivo de eu não escrever. A ausência de vontade no coração, sim...
Seria covardia de minha parte eu atribuir para fora de mim esta inércia que tomou conta de mim. Engolimos o que permitimos passar goela abaixo. Tudo o que nos alimenta, é opção nossa. Somente nossa. E se passamos um tempo “sem identidade” é porque seguimos por um caminho que não é o nosso. Deixei um vazio, sim! Mas retomo hoje! Porque, nada melhor do que falar com a própria interlocutora deste blog, a minha preciosidade, a minha filha Giovana, para tomar uma baita injeção de ânimo e me reencontrar. Coisas de gente que se ama de verdade. Particularidade de gente que tem sintonia, telepatia (como a gente mesmo se identifica, tal qual é a nossa ligação!). Bati um papão com você, via internet, e me achei. Dei muita risada, brinquei um monte, descrevi meu presente de viagem (isto rende um postagem só pra isso!) e recuperei a vontade de dedilhar... Então, tá aqui! De novo! Again! Nada de tão maravilhoso ao outro que não lê nas entrelinhas, não compreende a voz do coração. Que não pega no ar a essência... Mas para as pessoas que têm dentro de si a capacidade de compreender que o essencial é invisível aos olhos, que sabem que o que alimenta o dia-a-dia não são coisas feitas e visíveis, mas aquelas que fazem os olhos brilhar, os lábios sorrirem, e a alma pular, compreenderão... Voltei! Porque manter o fiozinho com quem se ama é algo que se faz espontaneamente. Flui. Mantém-se, naturalmente. Ainda que haja buracos ou abismos no caminho.
Giovana, obrigada por ser esta filha tão preciosa, esta pessoa maravilhosa que você é, este coração amoroso e generoso que me dedilha palavras que me fazem não deixar de ser quem sou. Cheia de defeitinhos, mas com qualidades também. Como você mesma falou. E se vire no meu presentinho... Sei que vai dar conta do recado!
Te amo! Só e tudo! Sempre e pra sempre!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
8 de fevereiro
Querida! Sem tempo de blogar decentemente! Tem sido em torno de 17, 15 horas por dia de trabalho. Entrando às 6h, saindo entre 10 e 11 da noite, ate mais de meia noite... Qd chego em casa, banho e cama! Mas compenso no sábado pela skype. Muito sono... Vou dormir..