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Giovana, minha filha, viajou em busca de seu sonho. Europa e Polônia fazem parte do itinerário. Daqui, lhe escrevo cartas. De lá, em seu blog, relata a cada dia, tudo o que vem acumulando em lembranças.

Este espaço é aberto a todos que entram aqui para compartilharem este gostoso sentimento da SAUDADE! Que, por alguma razão, têm uma afinidade em lerem "Cartas para quem se ama". De verem em linhas, sentimentos que lhes são tão familiares. E, a mim, será um enorme privilégio poder ler suas impressões e comentários.

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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Um retorno... Porque pra escrever tem que brotar do coração...

Muitos dias fora do ar... A vida é feita de CICLOS! Assim como andei escrevendo no meu velho e outro blog CLICS (www.clicandoeconversando.blogspot.com), vivemos em ciclos! E da última postagem pra cá, mergulhei num tempo de parada, imobilidade, uma quase apatia e seria mentira eu negar, fingir e socar letras pra preencher este vazio que existiu. Vazios existem pra dar sentido ao que preenche depois! Certos vazios não serão preenchidos jamais, quando aquilo que o preencheria foi perdido no tempo. E sensato é, pra não ter eternamente o sentimento de frustração, deixá-lo vazio. E encontrar dentro de si mesmo, outros espaços a serem preenchidos por outros. Cada qual com seu valor. E manter o espaço e cada um.

Este tempo de parada, se não estou enganada deve ter uns catorze dias... Quando eu perdia um ou outro dia, retomava completando estes espaços – vácuos! Reescrevia os dias, relembrando o que havia se passado em cada um deles e relatava cada coisa em cada dia. O que acontece agora é que não dá pra relatar vazios! E me reservo o direito de deixar a lacuna. Foram dias sem inspiração. Inspiração? Como dizer que fiquei sem inspiração pra escrever pra minha própria filha que está lá na Polônia, longe, carente de carinhos, palavras e atenção? Bem, explico!

Se há pessoas que nos compreendem, sem nem mesmo termos de nos explicar, estas pessoas são as que nos amam (e que, invariavelmente, são as que nós amamos!). Gi, você é uma delas! Eu apenas não escrevi no blog. Nas minhas cartas a quem eu amo. Mas estive conversando com você por outros meios. Pois o espaço do blog é um espaço publico das nossas palavras. E seria ingênuo pensar que nos falamos apenas aqui. Mesmo porque nem tudo o que falamos é publico. Não nos vendemos a ser vitrine em tudo. Prezamos pela nossa privacidade, ainda. Publicamos o que consideramos ser olhável aos outros. Preservamos nossas conversas só nossas!

Meus vazios são a mostra clara de ser falha, sentir tristeza, duvida, insegurança, preguiça, falta de assunto, falta de motivação, falta de vontade. Ainda que o motivo de eu escrever no blog, neste blog, seja uma das coisas mais importantes da minha vida. Hoje, você, Gi, que está fora do país. Com certeza, daqui um tempo será o Gabri! Porque criei filhos para terem asas. Voarem alto e longe! E tenho certeza que da vontade que ele sempre teve de ir “pra fora do país”, como ele mesmo dizia quando era criança, nascerá a motivação para de fato ir. A questão não é por quem faço. Escrever não é algo custoso, obrigatório ou regrado. Escrever para mim é algo que FLUI. Naturalmente. E já foi o tempo de eu tentar me forçar a ser infalível. Não sou perfeita, não sou o tempo todo feliz, o tempo todo inspirada , o tempo todo de boa, o tempo todo forte, o tempo todo, toda certa! Erro! Falho! Falto! Sumo e também tenho vontade de sumir. E sumi! Seria muita falsidade de minha parte fingir... Fingir é algo que agride brutalmente minha essência. Não sei lidar com isso! Isto agride, corrói, mata quem eu sou. E isto tem me feito refletir muito por onde ando, o que faço, o que sou...

Se eu fosse presa a regras, eu me sentaria a uns dias atrás pra completar as lacunas deste blog. Tentaria fazer um esforço tremendo pra lembrar algo de importante de cada dia não escrito para relatar dia-por-dia o buraco que ficou. Grande coisa seria! Um blog que “honrou” bravamente seu “propósito” de postar diariamente... Mas que esconde debaixo de tanta eficiência, a falta de sinceridade. Cumpriu o proposto. A obrigação. Ainda que para isso, passasse por cima da sua própria cabeça e coração... Não! Definitivamente, não! Não fui feita pra isso! Não consegui escrever nestes dias, não por falta de conexão. De fato, trabalhei muito nestes dias e o cansaço veio. Mas ainda assim, eu dedilhei numa das madrugadas e escrevi. Cansaço nunca foi motivo de eu não escrever. A ausência de vontade no coração, sim...

Seria covardia de minha parte eu atribuir para fora de mim esta inércia que tomou conta de mim. Engolimos o que permitimos passar goela abaixo. Tudo o que nos alimenta, é opção nossa. Somente nossa. E se passamos um tempo “sem identidade” é porque seguimos por um caminho que não é o nosso. Deixei um vazio, sim! Mas retomo hoje! Porque, nada melhor do que falar com a própria interlocutora deste blog, a minha preciosidade, a minha filha Giovana, para tomar uma baita injeção de ânimo e me reencontrar. Coisas de gente que se ama de verdade. Particularidade de gente que tem sintonia, telepatia (como a gente mesmo se identifica, tal qual é a nossa ligação!). Bati um papão com você, via internet, e me achei. Dei muita risada, brinquei um monte, descrevi meu presente de viagem (isto rende um postagem só pra isso!) e recuperei a vontade de dedilhar... Então, tá aqui! De novo! Again! Nada de tão maravilhoso ao outro que não lê nas entrelinhas, não compreende a voz do coração. Que não pega no ar a essência... Mas para as pessoas que têm dentro de si a capacidade de compreender que o essencial é invisível aos olhos, que sabem que o que alimenta o dia-a-dia não são coisas feitas e visíveis, mas aquelas que fazem os olhos brilhar, os lábios sorrirem, e a alma pular, compreenderão... Voltei! Porque manter o fiozinho com quem se ama é algo que se faz espontaneamente. Flui. Mantém-se, naturalmente. Ainda que haja buracos ou abismos no caminho.
Giovana, obrigada por ser esta filha tão preciosa, esta pessoa maravilhosa que você é, este coração amoroso e generoso que me dedilha palavras que me fazem não deixar de ser quem sou. Cheia de defeitinhos, mas com qualidades também. Como você mesma falou. E se vire no meu presentinho... Sei que vai dar conta do recado!
Te amo! Só e tudo! Sempre e pra sempre!

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