Quer participar de nossa conversa?



Giovana, minha filha, viajou em busca de seu sonho. Europa e Polônia fazem parte do itinerário. Daqui, lhe escrevo cartas. De lá, em seu blog, relata a cada dia, tudo o que vem acumulando em lembranças.

Este espaço é aberto a todos que entram aqui para compartilharem este gostoso sentimento da SAUDADE! Que, por alguma razão, têm uma afinidade em lerem "Cartas para quem se ama". De verem em linhas, sentimentos que lhes são tão familiares. E, a mim, será um enorme privilégio poder ler suas impressões e comentários.

Para isso, clique em "comentários" e digite suas palavras na janela que se abre. Se você tiver um pefil já definido (Google, WordPress, Nome/URL, etc) é só selecionar, senão, pode selecionar a opção "anônimo", aí é só "publicar"! Se quiser, identifique-se com seu nome e e-mail, ao final, pois assim, poderei fazer contato!



Bem vindo a bordo no Diário de Porto!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ate que enfim!

Ate que enfim!

Quadragesimo dia – 31 de janeiro

Coisa boa matar saudade!!!! Ver o rostinho de quem se ama, pela câmera e muito bom!!! E so nos falamos porque usei aquilo que sempre quisemos, demorou a acontecer, mas que e fato agora: morar perto. Tinha um intervalinho de uma hora entre o que eu havia acabado de fazer ate a consulta. Geralmente, enrolaríamos em algum lugar pra dar a hora. Ficavamos sempre direto, porque sempre moramos longe do centro e de tudo! No que eu decidi voltar pra casa, fui direto pro note... Telepatia? Pressentimento? Seja o que for, pus recadinho pra você no face e você estava la!!! Coisa boa ver você respondendo na hora, on line!!!! Ate que em enfim!!!

Carinha de cansada, você esta! Mas fica toda empolgada, mostrando coisinhas na tela que foram uma pechincha por ai! Pena que no note, não dava pra nos falarmos, eu te ouvia e você tinha de me ler. Mas na próxima, o problema já esta resolvido. Comprei, finalmente, o fone de ouvido para a gente se falar! Ate que enfim!

Bom ver que você não esteve tão sozinha e que na verdade, foi apenas falta de conexão. Que você se encontrou com outros da AIESEC e que esteve com a Leticia e outros brasileiros! Boas noticias! Ficara em Torun nesta semana, conectada (Bom!) e terá uma semana a mais tranqüila antes de embarcar de volta! Melhor! E assim, poderá visitar outros países!

Peninha não poder falar mais. O seu tempo e sempre bem curto, muitas coisas a fazer, dar conta quando consegue se sentar, conectar-se, ler e escrever. Então, muita coisa vai ficar pra hora que você voltar! E imagine que eu vou deixar você retornar ao Brasil e não vou te ver... Ate parece...

Bem, hoje mais respondo do que escrevo. Foi um monologo porque você falava e não dava pra eu responder a todo momento. Eu volto ao trabalho oficialmente amanha... Mais um mês pra você estar aqui... Saudade as avessas vindo, imagino quanta coisa você tem pra contar...

Somo pegou... Indo...
Boa noite, bom dia!
Beijo!!!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Decisões! Mudanças de rumos

Quadragésimo quarto dia – 30 de janeiro.

Enfim, tomamos coragem de optar por uma mudança: colégio do Gabri! Um namoro longo, muitos sins, muitos nãos e hoje, concretizamos a mudança. Não vou dizer que foi de todo tranqüila, segura. É difícil estar num lugar bem conceituado, hiper bem equipado, onde tudo corre na maior eficiência, primeiro mundo e optar pelo desconhecido. Base da decisão? Amizades. Aquilo que foi tão difícil pra você, passando todos os teus anos dos dez aos dezessete lá. E ele desde os dez até agora. Tenho uma segurança de estar fazendo a coisa certa pela carinha de felicidade dele ao saber que estará, finalmente com seus amigos mais chegados junto, todo dia, naquelas coisas de estudante nesta idade. Sei que quanto às outras coisas, não havia por que mexer! Mas, pensando no lado da tal “felicidade”, creio, não nos arrependeremos. E eu fico aqui com o coração apertado, com o medo de ter ou não tomado a decisão certa... Creio, este é o maior medo de uma mãe: errar nas decisões com seus filhos. Pois errar comigo mesma, não tem importância. Sou eu mesma que vou arcar com as conseqüências de minhas decisões. Mas errar na vida dos filhos e vê-los sofrer é um sofrimento em dobro!

Findado este episódio, me retraio, me recolho pra pensar... Quantas coisas têm de ser decididas... E não é fácil! A gente sofre, na véspera, sofre no dia, passa uns dias sofrendo depois, até que o tempo vai mostrando se acertamos. Até que acalmemos o coração! Isto ainda vai levar tempo. Mas algo me diz que ele será mais feliz assim. Com “menos” em coisas que considerávamos tão importantes, mas com muito mais em coisas essenciais. E isto, sinto, valerá a pena!

Tenho pensado tanto em você! Uma semana sem notícias tuas é demais! Sei que acabamos nos falando até mais do que o normal de Maringá! E ler suas impressões, o que você tem feito, pensado, sentido é prazeroso, alimenta, nos aconchega. Alivia o coração sedento de notícias, de estar perto, sossega a ansiedade! Imagino tua aflição, também, pois é a primeira semana que você fica tão isolada de contato com brasileiros, com tua gente, tua família. Espero que esteja começando uma semana mais “urbana” no sentido de ter conexão mais acessível! Mas também estou certa de que esta semana em local mais rural, fazenda, campo deve ter sido muito linda! Gente hospitaleira, casas aconchegantes, neve, lareira...

Querida, estou naquela de dar um passo de cada vez, ter medo de dá-los, medo de já tê-los dado, como se atravessasse aquelas pontes pencil com todo o cuidado e medo da ponte balançar demais e cair. Digo ponte pencil porque de cima dela, enxerga-se lá embaixo, os lados, ela balança, não disfarça os passos e qualquer precipitação reflete em ecos imediatos! Muitas vezes, não gostaria de ter de passar pela ponte. E, ao ter de passar mesmo, é mais fácil passar por pontes asfaltadas de concreto. Mas elas não permitem a visão de fora. O passo é cego. A passagem incerta. Não se sabe, exatamente, para onde se está indo. E a passagem faz parte. Necessária para passar de um local ao outro, mudar o rumo. Concretizar uma decisão! Com certeza, algumas pontes depois de transpostas, acabam caindo com o tempo e o retorno fica inviável. A não ser que se construam outras pontes no lugar. Passar por uma ponte implica em se saber que a volta não é garantida. Mas também não é proibida! Atravessá-las amplia o leque de visão! Alcançam-se outros vales, outras montanhas, outras vistas! De tudo, valerá à pena! Parto, então, deste princípio: atravesso para sentir o solo. Pois não adianta tentar vislumbrar do lado de lá, algo que só se sente pisando. E há sempre a chance de ser bom. Passagens é o ponto exato onde é permitido os extremos: o cume e o precipício, o fim e o início, o medo e a coragem, o tudo e o nada!

domingo, 29 de janeiro de 2012

“O tempo é o melhor remédio!” Alguém tem dúvida?

Quadragésimo terceiro dia – 29 de janeiro.

Estou indo para casa da Tia Any! De lá vou te escrever o dia de hoje! Coisas boas têm de ser comemoradas! Teu primo Andre começa uma nova fase! Passou em Veterinária na UNOPAR de Arapongas. Podia ser melhor? Nem sairá de casa, não precisará ir e vir todo dia, nem morar fora de casa! Provavelmente, se tivesse passado na época, estaria cursando Engenharia... E estaria em outra cidade, assim como você! O tempo, definitivamente, prega peças, conserta coisas, indica os melhores caminhos! Nada melhor do que o tempo. Sabedoria antiga e popular: “O tempo é o melhor remédio!” Alguém tem dúvida?

Dia de resgatar coisas! Tempo de se recolher, para depois florescer!

Quadragésimo segundo dia – 28 de janeiro.

Sábado... Dia de resgatar coisas!

Veja só! Pra variar, estou me embrenhando numa nova armada! O Encontro da Turma de Educação Física! Face não serve só pra “vadiar”, perder horas e horas sentada, conectada à rede e desconectada do mais próximo, ao lado... Opa! Lógico que não! Ferramenta das boas pra localizar gente, cavucar o fundo do baú, articular encontros, eventos e talz! Bem, olha só!

Depois de acha daqui, combina dali, combinamos eu, Sartori (Rosi de Rolância) e Wander (de Curitiba) de nos encontrarmos no sábado no Mufatto pra uma reunião. Uma prévia pra pensarmos no encontro! Coisa boa demais!!!! Imagina: entramos na EDF/UEL há 27 anos atrás!!! É mole? Formamos há 24 anos!!! Naquela época o curso ainda era de três anos... Não era à toa que tínhamos cinco aulas todos os dias, sem dó, sem intervalinhos, sem enrolações, sem eira nem beira! As aulas começavam às 19h e terminavam às 23h15, pontualmente! Nada de poder sair mais cedo, pois geralmente tínhamos aulas picadas, 2+1+2 e por serem práticas, não tinha como matarmos, sair de fininho... Era assim: onze quinze da noite, saindo de lá. Quando não era natação, ou aquelas aulas que era obrigatório um banho antes de ir embora... Saindo de lá passado das onze e meia... Tempo suado, mas tempo bom!

Bem, muitos anos sem nos vermos, ele mora em Curitiba há uns onze anos. Ela sempre foi de Rolândia e continua lá. Pusemos a conversa em dia. Lembramos um monte de arte que aprontamos. Cada cena que eu nem acreditava! Cada coisa bem de universitário, relembramos nomes e nomes pra acharmos por aí e programamos o que fazer. Marcamos para o dia 3 de março! Pensamos em fazer numa chácara, levar família, passar o dia! Será mais uma coisa pra eu me envolver até o pescoço... Mas nem gosto disso, né?

Então, no almoço, passei na casa da Irene! Outra coisa boa! Resgatar uma velha e grande amizade! Tipo: porto seguro pra passar e aportar! Amizade certa, ainda que tenhamos nos afastado tanto por causa do momento em que vivemos! Passei a tarde toda ali, pondo a conversa em dia, alimentando a amizade. Porque, de fato, é isto que fazemos. Alimentamos quando dedicamos tempo às amizades. E deixamos de regar a flor quando nos afastamos. Dependendo do tamanho da raiz, o quão profunda ela foi plantada, sobreviverá aos tempos de seca. Entenderá que apesar do tempo, da falta de alimento, é profunda e não se afetará aos ventos e tempestades. Se for plantada com descuido, se não tiver as raízes aprofundadas, se as raízes se espalharem apenas superficialmente no solo, é certo ela tombar e morrer. Só o tempo mostra as amizades que permanecerão. E resgata aquelas que pareciam estar secas, sem folhas, mas que apenas reservavam sua essência para uma nova florada! Muitas vezes, os galhos têm de secar, perder as folhas, parecer que morreram para só então porem toda sua energia pra fora, na forma de novas folhas verdinhas, flores e externar toda sua beleza!
Tempo de se recolher, para depois florescer!

Querida, estou de saída para a casa da Tia Any! Vamos almoçar juntos pra comemorar o ingresso do Andre no curso de veterinária! Depois continuo te escrevendo...

Te levo junto comigo lá. Pois você nunca está longe da gente, nem nós de você!

TRABALHAR NAQUILO QUE SE GOSTA. Ou... GOSTAR DAQUILO EM QUE SE TRABALHA! Pergunto: é diferente?

Novamente postando em bloco… Não era a intenção. Mas com uma conexão meia-boca e retornando antes do previsto ao trabalho, foi o Jeito...
Bem, vamos lá!

Quadragésimo primeiro dia – 27 de janeiro.

Sexta-feira! Voltei antes pro trabalho! Não estava programado, mas estava dentro das possibilidades. Para quem não tinha muita pretensão de ter férias tão divertidas como foram, entrou em férias contrariada, porque não costuma pegar mais trinta dias corridos e planejava pegar apenas três semanas, voltar antes era uma possibilidade. Mas depois de ter passado férias tão surpreendentemente boas, sem sair da cidade, deu até “dozinha” de voltar. Menos mal por ter tido uma última semana cinza, chuva, frio... Enfim, primeiro dia de retorno e 12 horas ininterruptas de trabalho!!!! Mas nem doeu!!!! Gosto do que faço! Você sabe disso! Isto é o diferencial! TRABALHAR NAQUILO QUE SE GOSTA. Ou... GOSTAR DAQUILO EM QUE SE TRABALHA! Pergunto: é diferente?

Bem! Naquelas tantas frase feitas que as pessoas adoram tanto postar nas redes, que traduzem um pouco da linha de pensamento de cada um, há uma parecida com isso. Tipo: “O importante não é fazer tudo aquilo que se gosta, mas gostar de tudo aquilo que se faz!” Válido! Porque nem tudo é alcançado. Ainda que acreditemos que não há impossíveis. Há etapas para se alcançar o que se busca e quando o último estágio ainda não foi concluído, pode ser que no meio do caminho, se descubra que há valor, prazer e realização no meio do caminho, em etapas anteriores e nem se precise chegar ao fim. Depende! Mas é uma possibilidade... E por isso, é tão importante gostar de tudo aquilo que se faz. Porque, falar sério, fazer algo de que não se gosta é horrível! É incoerente, indigesto, repugnante, nada autêntico, “inverdadeiro”. Peça para eu assistir um BBB... Posso até me calar numa sala onde tenha gente assistindo, em consideração a quem está assistindo, porque segundo minha irmã, já dei meus bolas –fora nos meus tempos “mais pimenta” em “meter a boa” diante da TV ligada, quando tinha gente assistindo um programa que eu abominava... Maturidade vai ensinando a calar pra respeitar... Mas nunca pra se render ao que não se comunga! Respeito às opiniões diferentes. Ser flexível para mudar quando necessário. Mas se manter firme e inabalável quando se trata de valores, de enxergar manipulações de pensamentos e banalizar comportamentos um tanto, diria, duvidosos! Mas este não é o foco de hoje!

Trabalhar - leia-se fazer - aquilo que se gosta ou gostar de tudo aquilo que se faz! Boa pedida! Não? Querida, te pergunto: está feliz? Está gostando do que está fazendo aí? Tem aprendido coisas? Tem “inchado” tua bagagem invisível? Então, está tudo certo. É o que realmente importa! E te digo: PRECISA OUSADIA PARA MUDAR RUMOS! Precisa ter opinião para perceber e decidir mudar aquilo que não nos realiza! Sair da zona de conforto, nada confortável do seguir empurrando... Continuar no fluxo, na correnteza, sem reassumir o leme do navio, os remos do barco ao se perceber lugares pra se parar, ou outro afluente pelo qual se quer ir. Imagino que você esteja de corpo e alma na Polônia! E creio que esteja ocorrendo uma big digestão em você de tudo do que se alimentou aqui no Brasil nos últimos anos... Então! Coragem! O leme de tua vida está nas tuas mãos! Tua bússola, você sabe, é DEUS! Mas segurar o leme cabe a VOCÊ! Vai chegar o tempo de decisões... Fique tranqüila. Os passos tomam uma direção, mas a todo tempo é possível mudá-los. Roda-se mais quando se erra. Lembra? Quase em Antonio Olinto, perto de União da Vitória, quando se queria ir pra São Bento do Sul, Santa Catarina... Sessenta quilômetros! Mas sempre é possível pegar um retorno, rodar de volta, achar o caminho de novo! Novas cidades. Novas paradas! A vida fica mais rica quando a gente se permite sair do estado de estagnação, ousar vôos, ousar por o pé na estrada, abrir trilhas na mata, permitir-se o novo! E, se o caminho a ser seguido é a opção de continuar no caminho percorrido até então, pode ser que seja porque você descobriu razões que desconhecia! Porque enxergou o que não via! E viu que estando onde está, são inúmeras possibilidades de você alcançar o que quer e valoriza! Veja: estamos nós duas em situações opostas, mas passamos pelas mesmas experiências, em contextos diferentes! O velho e o novo oferecendo experiências novas. Depende mais de nossos olhos, do quanto abrimos o coração, do que propriamente do cenário. Caberá a você sentir... Ouvir-se... E decidir... E eu estarei sempre e pra sempre do seu lado!

Te amoooooo!!!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Caixinha de pedrinhas e conchinhas

Quadragésimo dia – 26 de janeiro.

Virou a dezena de novo! E isto dá um calafrio. Dias passando... De novo aquela saudade às avessas. Sinto por você. Imagino que não deva dar vontade vir embora! Por mais que você goste daqui, tenha a família, amigos e amigas, vínculos... Somos meio do mundo afora, mesmo! Pés que não se instalam, assim, tão definitivamente... Pés que gostam de buscar caminhos novos, experimentar poeira nova! Gostamos de sentir cheiros não experimentados, cores que explodem diante de nossos olhos, burburinhos desconhecidos, idiomas que nos encantam...
Tenho certeza de sua da sua saudade e do seu amor por mim, por nós. Estou certa do quanto você deve sentir vontade de colo, conversa até tarde enroladinha na mesma cama, passear à toa por ai de mãos dadas, cantarolar na cozinha enquanto fazemos comida, nossas lasanhas de dois molhos, o branco e o vermelho, do meu yakissoba que você já aprendeu a fazer (já fez aí?), de viajarmos no carro, ouvindo “música de viagem” (nós sabemos quais!) com as janelas escancaradas pra tomarmos vento... De estar com a família toda reunida, os Saitos, os primos jogando bola tudo junto, comer sashimi e sushis do Kadu, ver a tia Any cantando no videdokê com o Ed, as tias, primas. Por isso, esta saudade às avessas é estranha! Porque é um estar chegando um tempo que encerra uma temporada num lugar tão difícil de voltar.

Creio que é coisa minha e não deixa de ser tua também, pois temos uma sintonia em tanta coisa... Mas a contagem regressiva me incomoda! Contar dias de trás pra frente, anunciando que o dia do final de algo vem chegando não é algo que eu goste nem um pouco! Nunca gostei de partidas. Despedidas soam a “nunca”. E esta nossa natureza de ser andeira e viajeira nos faz nos apegarmos ao “novo” que conhecemos e absorvemos por aí! Mais da metade já foi! E imagino como uma caixinha que você tenha levado pra ir colhendo pedrinhas e conchinhas... Cada qual com uma particularidade que te chamou a atenção, por uma cor mais viva, um formato que se encaixa, uma forma que te lembra algo, ou local especial. Quando criança, colhemos conchinhas na praia e fazemos coleção por algo especial! Porque são formas, tamanhos, cores que gostamos, que nos atraem. Guardamos até que um dia não seja, assim, tão importante mais tê-las. É a forma inocente que temos de levarmos conosco, um pouquinho do mar... Um pouquinho do caminho... De manter, um pouquinho mais, a sensação tão boa sentida. Pra amenizar a saudade futura...

Filha, colha todas as pedrinhas, todas as conchinhas! Não faz mal trazê-las, não! O tempo se encarrega de te trazer de volta as coisas que te foram importantes no caminho! Pode ser que a forma como virão não sejam, exatamente, como você imagina. Mas as coisas mais importantes e colhidas no caminho, sempre estarão com você! O melhor de termos cruzado com pessoas que nos marcaram pelo caminho e não as termos mais conosco é a certeza de que o invisível define um pouco o que é mais importante. Se tivéssemos de por numa prateleira aquilo que mais apreciamos e nos são mais preciosas, teríamos um problema sério de espaço e teríamos de economizar na nossa colheita. Já imaginou? Querer levar lembranças e ter de passar pela alfândega e uma luzinha vermelha indicar que você já passou da sua cota e ter de deixar pra trás aquilo que já mora em seu coração? Isto acalma a saudade. Pois não pesa, não ocupa prateleiras, não precisa ser economizado. A colheita é próspera para quem é generoso e não apita indicando excesso. Que bom!

Gostoso é escrever o que vai cá dentro, na hora! Acumular escritos é ruim. Ficam com cara de “cumprindo o calendário”. Sentimentos e desejos fluem... Até acontece de vir uma palavra na mente e querer escrever sobre isso, antes mesmo de me sentar. Mas quando flui na hora, como agora, é bom demais...

Vou dar uma pausa. Volto pros papéis, pras contas... Faz parte! Necessário pra organizar o que virá! Quero ler seu diário... Atualiza???

Beijo...

“Por onde seus pés andam” são caminhos infinitos...

Trigésimo nono dia - 25 de janeiro.

Papéis e mais papéis...
Dia de por a papelada em ordem. Pra não falar as contas... que senão vira lenda... Bastante coisa colocada em ordem, mas há algumas ainda para por. Dia 25, na verdade, foi ontem. Deixei acumular três dias. Não gosto disso! O meu propósito dói de escrever uma carta por dia. Mas a conexa tem estado tensa aqui... com isso fiquei no meio da papelada e, sem conexão, não em animei a postar!

Mas esta parte é um “estresse” necessário. Uns dos meus posts antigos no CLICS falavam sobre isso.
http://clicandoeconversando.blogspot.com/2010/12/cartas-que-escrevi-pra-poder-voltar.html
http://clicandoeconversando.blogspot.com/2010/12/arrumando-gavetas_04.html
Sobre ser necessário este tempo de por em ordem contas, papéis, gavetas, pra poder seguir. Pra poder voltar a sonhar e realizar sonhos! No dia que conseguimos falar um pouquitito na Skype, te mostrei coisinhas que andei fazendo em casa! Adoro isso e você sabe o quanto... Pendurar enfeitinhos de porta, daqueles nossos, comprados a dedo em Bombinhas. Lembra? Procuramos, procuramos até achar aqueles feitos de material natural, estopa, pau de canela e bonequinhos de palha de milho. Lembra quando te mostrei o enfeitinho da nossa porta do velho “ap” que tinha apenas três pessoas e que eu não havia colocado ainda, pois não incluía o Marco? Pois, então! Adaptei os dois enfeitinhos que tinha para portas e o bonequinho do outro enfeite foi “adicionado” ao oficial. Agora ele faz parte! Somos quatro pessoas dando boas-vindas na porta! Pois você pode morar em qualquer lugar do planeta, ter sua casa instalada mundão afora, mas terá sempre seu lugar garantido em nossa porta! Pois meu lar (disse MEU LAR!!!) é minha família e isto inclui sempre e para sempre você. Não importa onde estiver! Quais lugares forem o de chegada. O de partida é sempre aqui. O retorno ao seu porto seguro, seu ninho aconchegante sempre e sempre será aqui! Como você mesma diz, “por onde seus pés andam” são caminhos infinitos. Mas seu coração tem locais certos de moradia! São os corações de todas as pessoas que você cativa em seu caminhar. Por isso, você tem inúmeras moradas! Pois vai semeando amor e colhendo amor. E isto te faz uma caminhante, uma semeadora de sonhos, tal qual você leu nos livros de Augusto Cury.

Bem, vou ver se consigo aproveitar a conexão momentânea e postar os atrasados...
E já começar o outro!

Beijo, colo e petit gateau! Ahhh, experimenta um petit daí e depois, me diz se é bom!

Excesso de bagagem que nunca é excesiva!

Está difícil postar com esta conexão problemática...


Trigésimo oitavo dia – 24 de janeiro.

Sem conexão...
Conseguimos nos falar pela Skype, depois de uma eternidade. Talvez, uma semana, ou um pouco menos. Mas é que a velocidade de hoje deixa a gente um pouco mal acostumado. Tudo o que ser quer, se quer pra já. E, se no começo, pensava que iríamos nos falar esporadicamente, quando você embarcou, porque sabíamos que você teria dificuldades de aceso em viagem, depois, com as facilidades do início nos acostumamos a falar todo dia e até ao vivo! Agora, faz falta...

Escrevo pelo post de ontem. E já que ontem, nos falamos, falar disso... Vi o quanto estava cansada. Com sono. Mas imagino que mesmo assim, esteja deslumbrada com tanta informação em tão pouco tempo. Vi você conversando fluentemente com sua professora. Que delícia ver você assim! Pondo em prática a base que teve na escola da quarta série, a Escola Evangélica, onde teve contato com estrangeiros e filhos de missionários que só falavam outra língua, no caso o inglês e que para estudarem, tinham o intérprete na sala. Foi um tremendo privilégio aquele ano, se pararmos para pensar! Eram dez crianças na sua turma, uma aluna que falava em inglês e uma intérprete. E você tinha aulas uma vez por semana pela manhã onde só era permitido conversar em inglês. Com nove anos e toda a facilidade para aprender, típica desta idade, você aprendeu bem e por causa desta base, saiu-se muito bem para conversar nesta língua em toda situação pela qual passou. Incrível, porque se for pensar, foi tão pouco tempo de estudo. Mas acredito que eles sabiam exatamente COMO fazer: pela prática! Em atividades corriqueiras de preparar cokkies, um chocolate quente, um marshmalow... Bem diferente das aulas monótonas de ter um livro em mãos e fazer exercícios repetitivos, sem conversação, sem motivação.

Bem, não sei muita coisa da sua nova cidade. Também, não deu pra saber quase nada da cidade anterior. Pois você não postou mais nada no blog. Só deu para identificar bem a primeira semana. O que deu pra saber foi sobre a surpresa quando chegou quanto à idade de seus alunos... Acostumada a falar para adolescentes e jovens a partir dos 15, 16 anos, foi surpreendida ao se deparar com criancinhas a partir dos 5 aninhos!!! Uma das coisas que me falou foi de como gostaram de beijocar você! Nesta idade são espontâneos, são carinhosos e imitam! Se um puxar a fila pra beijocar a figura nova na sala, pode esperar que formam uma fila pra fazer a mesma coisa...

Creio que esteja sendo apaixonante experimentar tantas coisas tão diferentes. Deveria ser direito de todos passarem por algo totalmente fora do seu habitual. Inclusive, antes de ingressar na faculdade. Para enriquecer a experiência do estudante nesta faixa etária e lhes dar visibilidade maior das tantas coisas a se fazer, mundão afora... Tenho certeza de uma coisa: você não voltará a mesma! Impossível voltar do mesmo tamanho!!! Certas coisas inflam dentro da gente! Conhecimento é uma delas. Uma vez adquirido, estufa no peito e precisa ser dividido. Não para ser exibido. Mas para ser compartilhado. E ESTA BAGAGEM você trará num excesso de peso saudável, sem ser excessivo!

Bem, a conexão esteve com problema de novo. Tentei, tentei e nada de conectar! Então, já tenho acumulado três dias para postar. Paro por aqui e começo o outro!

Saudade!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

FEED-BACK DE NOSSO DIÁRIO!

Trigésimo sétimo dia – 23 de janeiro

Saber a hora de carregar as pilhas… Hoje, vou ter de entregar os pontos... O sono pesa nos olhos. (Quase!) Total impossibilidade de escrever! Hora de carregar as pilhas... Explico:

Na filosofia “Faz de conta que estou na praia!” estive todo este tempo agindo como se estivesse em férias lá longe, despreocupada com horários, rotinas e o previsível. Horas de sono não respeitadas que, agora reivindicam seu espaço... Então, vale fazer um feedback divertido, passeando nas palavras que escrevi até agora. Quer ver o que dá?

Grata surpresa a minha, ao enxergar AS COISAS MAIS IMPORTANTES, aqui mesmo, bem adiante de meu nariz, lógico, destas tantas está tudo, MENOS GIOVANA QUE ESTÁ NA POLÔNIA! Abri-me aO NOVO estando no velho, reforcei nosso princípio de que ATENDIMENTO É TUDO, pois tratar bem e fazer o melhor ao outro sempre nos assegura que O RAIO DE ABRANGÊNCIA QUE TEMOS É PROPORCIONAL AO TAMANHO DE NOSSOS SONHOS POSTOS EM PRÁTICA. Coisa própria de quem cultiva com MAESTRIA a vida e afaz de cada dia um PREFÁCIO DE QUEBRA DE PARADIGMAS, reinventando a saudade, criando a SAUDADE ÀS AVESSAS... Faz-me ver: PORTAS NOVAS – NOVOS CAMINHOS, pois aprendi a ler nas entrelinhas, a respirar e estar ENTRE PARÊNTESES! #PAUSA!# é como se lê a parada que ensina: NADA, NADA É POR ACASO!
Estas coisas que venho, então, aprendendo mantém acesa a nossa LUZINHA DO “ON” faz de nós, eternas DESENHADORAS DE SONHOS!

A via ensina! E mostra que OPOSTOS não servem apenas para contrariar, mas para complementar... Então, vou me pondo a relembrar cenas: NOSSOS RITUAIS, as FRASES DA GENTE nossos pequenos costumes que faz cada uma de nós, ser uma MARATONISTA DA VIDA, NO PÓRTICO DA VIDA! Coisas poucas, coisas bobas, nossas brincadeiras no carro como o “Costura-Palavra”, a LETRA "G" DE CATCHUP nos nossos tantos lanches montados em cada VIAGEM PRA ONDE o coração quisesse nos levar!
Todas estas tantas coisas me fazem ver: a vida é escrita em RETICÊNCIAS... Não pára nunca, enquanto a vida não parar! Por isso, é tão importante seguir RE-DESCOBRINDO A TERRINHA... Pois A MELHOR VIAGEM E FEITA PRA DENTRO DE SI MESMA e não adianta avançar km e km à frente em lugares maravilhosos se a busca do que se procura está cá dentro...

Nosso PAINEL DE FOTOS são clics capturados do que passamos e o presente, melhor que o passado e o futuro. ON LINE É MELHOR QUE OFF... PORQUE FALAR AO VIVO, É MELHOR DO QUE RELATAR O QUE PASSOU E PERDER O AGORA ACONTECENDO...

Querida, somos o que podemos ser. A opção é nossa a cada dia. Podemos ser BÓIAS que ajudam, amparam. Ou passar a vida toda afundando outros que nos pedem socorro! E não ter a vergonha jamais de TENTAR-ERRAR-TENTAR-DE-NOVO-E-ACERTAR: SIMPLES ASSIM. E buscar com os OLHOS NO HORIZONTE, PÉS BEM APOIADOS NO CHÃO aquilo que preenche o coração! Pra aprender que a SAUDADE LAPIDA O AMOR... Que O APÓS ensina a ver com humildade os ensinamentos dos erros, dos choros dos acertos. Assim como quando brincamos de falar que HOJE É DIA DA DONA ESTELA, ao nos lembrarmos dela em pequenos gestos, ou manias dela! E cada nova coisa é nova cor. E assim, vamos PINCELANDO CORES!
Vês? CROSSING THE SEA (PORQUE VIVER É UMA TRAVESSIA POR MARES), é nosso maior aprendizado. Temos medo, não enxergamos o fundo, mas não paramos!
E ao compreendermos que o verdadeiro natal é um NATAL DO INVISÍVEL, compreendemos que É REAL aquilo que não se vê!!!
E esta brincadeira de fazer de conta que hoje é DIA DE PRAIA! FAZendo DE CONTA QUE ESTAMOS EM BOMBINHAS me ensinou a ver que, muito mais do que o lugar onde estamos, importante é ser o que somos, o melhor de nós a cada dia!
Não é por acaso, minha filha. É DE PROPÓSITO! Deus realmente faz as coisas de propósito em nossas vidas! A CAIXA DE LÁPIS DE COR DE INFINITAS CORES está em nossas mãos. Para escrevermos ou desenharmos VINTE E UM PAPEIZINHOS... E OUTROS BILHETINHOS MAIS. Para jamais deixarmos de falar a quem amamos que amamos! E mantermos acesa a chama que nos faz sempre ter a certeza, em cada partida que o amor ultrapassa fronteiras, POIS QUEM AMA E FICA, NUNCA FICA DE FATO SÓ. E QUEM VAI, NUNCA SEGUE SOZINHO!

sábado, 21 de janeiro de 2012

As coisas mais importantes

Trigésimo sexto dia – 22 de janeiro
Querida...

As coisas mais importantes, hoje sei, são tão transparentes, invisíveis. Mas intensamente visíveis e claras aos nossos olhos. Quanto mais me deixo levar no curso normal do rio, menos imponho meu remar, mais admiro o navegar, posso olhar em volta, enxergar as cores do agora, o cheiro, a garoa fina que respinga do rio, o barulho da água e a sensação que invade meu corpo. Precisou passar muita água debaixo de meu barco para eu deixar de remar contra a correnteza! Forçar paradas em lugares já pisados em terra e tentar, inutilmente, permanecer em portos que ficaram para trás. Hoje, sei: o tempo estabelece tempos. Tempo de parar, tempo de seguir, tempo de parada em cada porto e tempo de deixar o porto...

Fomos ensinadas a remar, remar e remar. Somos uma família de mulheres fortes! Muitas mulheres. Poucos homens. Que apenas na sua geração retornaram em número maior do que de mulheres. E não aprendemos a descansar. Não aprendemos a parar e apreciar. Com isso, ouvíamos bem o nosso compasso, mas muito pouco o passo ao lado. Falamos muito, ouvimos pouco, fizemos demais, abafamos quem poderia ter feito e realizado conosco. Dura sentença? Não! É apenas uma constatação que acode em tempo, tanto espanto, tanta andança e “fazeção” de coisa! A bandeira de “tudo fazer” foi carregada como se fosse sinônimo de responsabilidade e eficiência. E arrogância misturou-se a sabedoria. E quisemos ser ONI-tudo! Onipotente, onipresente, onisciente. Em suma: DEUS!

Mulher tem destas coisas! Abraçar para si a responsabilidade por tudo ser, não ser, por tudo dar certo, ou errado. Quer fazer tudo, estar em todo lugar, saber tudo ou, pior: pensa que sabe de tudo, acima de todos... Não é que seja pretensão ou maldade. Mistura-se com a tal responsabilidade. A vontade de fazer tudo dar certo. De proteger, de zelar pela família, de consertar casamento, marido, filho, empregada, trabalho, o dono do mercado, os preços altos, os vizinhos, a escola do filho, o próprio corpo que nunca está do jeito que quer. Eterna questionadora, sempre inconformada com o que não concorda. Briga até o fim pelo que acha direito. Defende vorazmente seus entes queridos. Sua, corre, canta, encanta, multiplica seus braços para poder abraçar todas as coisas que quer fazer ao mesmo tempo. Pensa que dará conta de tudo. E, às vezes, sucumbe! Surta, adoece, se deprime, chora, perde o marido, o namorado, o emprego, a diarista lhe dá as costas e os canos, ouve respostas mal educadas, ou recebe olhares irônicos, perde reuniões da escola do filho, percebe burburinhos com seu nome, fragmenta-se, cai do barco, quase se afoga.
Então, passamos por um redemoinho de sensações! Não sei exatamente se mais se parece com um furacão, no qual caímos dentro e onde rodamos, rodamos perdidas sem eixo próprio e tonteamos ou se é um furacão cá dentro de nós, que varre tudo, todas as nossas tão bem elaboradas estruturas, nossos tão bem estabelecidos conceitos, os móveis são todos desarrumados, tudo posto fora do lugar e pra fora. Derruba nossas certezas! Ficamos atônitas! Não reconhecemos mais o lugar de onde viemos. Ou seria certo dizer que nossas vendas que nos cegavam são, finalmente, retiradas de nossos olhos para, só entào, enxergarmos as coisas como, de fato, elas são?

Fico com a segunda opção! O que vivo neste momento justifica meu pensamento! Tudo sempre esteve bem claro. Eram meus olhos que não enxergavam! E meus braços teimosos insistiam em remar quando já não era mais necessário. Hora de aportar! Descer a âncora. Pausar! Energia despendida à toa, prosseguir! O rio sabe bem a hora de correr em forte correnteza, de passear em calmaria, de dar porto seguro e de levantar a âncora e seguir! As coisas mais importantes são sempre visíveis a quem quiser ver. Basta ter olhos atentos, humildade para saber que nunca se sabe tudo, que a vida ensina e que, muitas vezes somos nós que erramos o caminho e não o contrário! Quantas vezes pensamos que a vida é cruel e injusta conosco. Que perdemos pessoas, amores e que o passado retém as melhores coisas, o melhor tempo da gente, os capítulos mais importantes de nossas vidas? Melhor, mesmo, é o tempo presente! Viver o que se tem no hoje é a sábia decisão de quem caminha com os pés no chão. Não se trata de desistir de sonhos. Mas de saber diferenciar o “sonhar” do “viver o sonho”. Perseguir sonhos é tão belo como saber reconhecer o sonho que temos nas mãos. Não com a vestimenta que insistimos em por, com os nomes e itens que nós achamos imprescindíveis, mas com a cara e coração que nos surpreendem e nos conquistam a cada dia.

Permitir-se encantar-se com o simples, o trivial, o diário é um ato tão ousado quanto sair em busca de coisas fenomenais por aí afora! É repaginar a própria vida. E dar ao olhar uma nova chance de enxergar o que não se via. E ao coração, a nova chance de amar. Livre de rótulos, livre de cordinhas presas ao passado, livre de sombras e medos que não pertencem a este tempo. É, finalmente, jogar pesos desnecessários da embarcação. Deixar em cada porto, o peso seu. Para seguir leve...

Tenho certeza que me compreende...

Menos Giovana que está na Polônia!

Trigésimo quinto dia – 21 de janeiro

Soube do meme “Menos Luiza que está no Canadá”? Ahhh... A internet tem destas coisas! Em segundos, de uma hora pra outra, o desconhecido vira conhecido e cai na boca de todo mundo em forma de “meme”. Ou: Tudo aquilo que se torna celebridade na internet de forma instantânea. Tem noção?

Bem, na história de ”Menos Luiza que está no Canadá”, de maneia não proposital, numa propaganda de um condomínio, seu pai utilizou uma frase para apresentar a família que teria ido conhecer o empreendimento, menos ela – a Luíza – e falou a tal frase... assim como tantas frases que correm a internet, esta pegou! E correu as redes sociais... Mas... O que faz algo virar meme?

Não há receita! O que torna algo meme é, ao meu ver, a curiosidade, algum diferencial em um vídeo, seja por ser engraçado, irreverente,bobo, às vezes, algo totalmente inusitado! Quem não ouviu falar do “que dó, que dó da formiguinha”? Que faz com que nós, no dia a dia, ao exclamarmos um “Que dó!”, imediatamente nos lembremos da formiguinha?

Interessante é perceber a rapidez com que se propagam as coisas nos tempos de hoje. A paciência tem a duração de um clique! E ai da “ampulheta”das telas se demorarem para mudarem a janela, obedecerem o comando, entrar, ou sair de onde queremos estar. Tudo é rapidamente lembrado e, na mesma proporção, rapidamente esquecido...

Voltando à Luiza, ela retornou do Canadá! E nós todos estamos aqui. Todos não! Menos Giovana que está na Polônia! Foi em busca de um sonho seu. Volta logo, eu sei. Mas, longe de se parecer com a história de Luiza, não seria difícil saber seu paradeiro ou algo parecido, pois até o blog eu criei para escrever cartas a ela e ela, ao mesmo tempo, criou o seu blog para ir contando tudo sobre sua viagem. Diferente, beeeeeeeeeem diferente da história de Luiza, nós fizemos diferente! Contamos pra todo mundo ver, nossas cartas, nossas conversas, pois sabemos que de alguma forma, as pessoas que lêem, identificam-se, pois vivem momentos parecidos conosco, compartilham as emoções, torcem e vibram a cada episódio, lêem, riem, choram e se divertem com as aventuras no blog “Diário de Bordo” e acompanham minhas cartas pelo “Diário de Porto”. E tem mais! Não poderia dizer a frase, com toda sinceridade. Pois por mais que ela esteja lá de corpo e alma, para nós que ficamos, ela permanece aqui. E só poderia ser correto dizer assim: ”Menos a Giovana que está na Polônia, mas que está conosco aqui, o tempo todo, em pensamento”...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O novo!

Trigésimo quarto dia – 20 de janeiro
Interessante! Temos o costume de achar que para acharmos o novo, temos de sair pela porta, estrada afora, ultrapassar fronteiras em busca do desconhecido. De fato, adoro conhecer novos lugares. E não pretendo deixar de fazer isso! Mas quando falamos de novas pessoas, incrível como podemos conhecer pessoas tão próximas da gente, estando na própria cidade, tão perto da própria casa. Vou explicar!

Todo ano, costumamos viajar e ficar, se possível, o mês inteiro fora. Grande parte m Bombinhas que sempre comento ser meu lar de verdade e depois, passando por casas de amigos no meio do caminho, principalmente me Jaraguá do Sul, onde sempre visitávamos uma amiga minha. Com isso, nunca estava em Londrina nas minhas férias. Este ano foi diferente! Férias inteirinhas aqui, na minha terrinha e... Que surpresa boa! Ganhar novas amigas vizinhas de apartamento... Quer ciosa melhor?

Quando paro pra pensar sobre coisas assim, vejo o quanto as oportunidades estão passando adiante do nariz da gente... Dia a dia cruzamos com pessoas que não conhecemos. Algumas nem olhamos, outras, cumprimentamos, outras puxamos conversa! Eu, particularmente, sou mais do tipo da terceira opção! Puxo papo mesmo!!! E isto me rende novas e boas amizades!!!

Ainda vou explicar melhor isso, mas só pra adiantar, posso te dizer que fazer novas amizades, deparar-se com o novo, não precisa estar estritamente ligado a sair de casa! Querendo, a gente faz o novo na própria casa. Descobre pessoas, novas coisas a se fazer, novas paixões e até mesmo o amor bem diante do nariz... E sem por o pé na estrada, fazemos a tal viagem que tantas vezes fazemos, tantos fazem por aí, que roda, roda e que busca-se mesmo, aquilo que se encontra ali, bem dentro da gente mesmo... a viagem interior...

Deus foi muito bonzinho comigo! Sem grana pra viajar, eu e tantos que optaram em investir na casa nova, fomos “obrigados” a passar as férias em casa mesmo. Digo e friso: em casa mesmo! Sem nem sair de casa, do muro de casa. E, pasme! Conhecendo novas amizades, pude ter o prazer de ter, hoje, novas amigas que moram do ladinho de casa. Coisa boa... E poupar sola de sapato, pneus e tostões em viagem, reabastecendo a energia que se busca nas férias aqui mesmo... A viagem interior pode ser sem por o pé na estrada. Querendo, o novo é encontrado no velho lugar de sempre! O que tem de ser novo e renovado é nosso olhar. Pra enxergar tanta coisa nova, boa ao nosso arredor!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Atendimento é tudo!

Trigésimo terceiro dia – 19 de janeiro

A frase te é familiar? Se é!!!! Como usamos isso, não, filha? E o quanto ela significa e revela...
Toda vez que precisamos lidar com alguma coisa, onde temos de ser atendidas, temos esta “mania” de prezar pelo atendimento... Fosse frescura, apenas, de nossa parte, não haveria tanta influência em resultados práticos. Atendimento é tudo, sim!!!!

Já estive em estabelecimentos bem conceituados em seu ramo, onde fui mal atendida e preferi sair e procurar outro estabelecimento concorrente, só por não concordar com a maneira de ser tratada. Já deixei de comprar produtos, pelo mau atendimento, a cara de pouco caso, a falta de conhecimento, o desinteresse e descompromisso do vendedor. Já parei para abastecer e saí de posto de combustível que anunciava um preço, mas que omitia as formas de pagamento aceitas naquele valor, por não achar correto anunciar em letras garrafais e agir de má fé com o cliente que pára e abastece achando que pode pagar das formas habituais em cartão de crédito e que na hora, lançam o “preço normal” maior do que o anunciado... Já saí de dentro de lugares que não zelam pelo atendimento e já fiz muita propaganda daqueles que gostei e vejo a preocupação em dar o melhor atendimento ao cliente.

Sempre tivemos o costume de prestar atenção neste detalhe. E sempre que topamos com pessoas atenciosas e educadas que trabalham com dedicação, gostamos de elogiar. E muitas vezes fizemos isso, indo direto na pessoa para elogiarmos. Pois da mesma forma que temos o direito de reclamar, é legal elogiar, também!

Esta frase me veio algumas vezes à mente nestes dias e queria escrever sobre. Creio que seja porque é um pouco do que vim lendo no livro “O Monge e o Executivo”. Sobre servir! Sobre ser atencioso. Sobre ser bom ouvinte. Sobre ser respeitoso, dar atenção, olhar nos olhos de quem se conversa. Calar-se e ouvir, como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento. E vejo que é exatamente esta a idéia! Quando você trata uma pessoa com respeito, atenção, se torna uma pessoa confiável! Dá credibilidade. Entusiasma quem te vê, ou ouve sobre aquilo que você defende, ou vende. Portanto, atender bem é servir bem, fazer o melhor naquilo que você se propõe a fazer.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O raio de abrangência que temos é proporcional ao tamanho de nossos sonhos postos em prática!

Trigésimo segundo dia - 18 de janeiro

De manhã, ao invés de escrever, peguei pra ler! Você havia comentado alguns posts, então, fui abrindo e respondendo. Que coisa mais gostosa!! Exatamente como você mesma falou no início de um deles, é a frase que me sai da boca também... Que coisa mais gostosa ler o que você escreve! De fato, é uma conversa que temos de longe! A boa sensação que você falou de receber o colo, e eu, por aqui, de prosear com você, como sempre fazemos quando estamos juntas!

Bem, um dos que mexeu mais comigo, foi o que você escreveu no texto “Saudade às avessas”. E você repetiu uma frase que coloco “O raio de abrangência que temos é proporcional ao tamanho de nossos sonhos postos em prática!” e vejo o quanto é real, o quanto ela revela nosso papel, nossa importância que podemos, ou não, ter na vida das pessoas!!! Questão de DECISÃO, DEDICAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO. Em outras palavras, os Três “D” que menciono quando falo de amor no texto “Luzinha do “ON”- Desenhadora de Sonhos”. Decidimos fazer a diferença. Dedicamos tempo a atitudes e ações para alguém ou uma causa. Demonstramos interesse e atenção. Coisa que qualquer um pode fazer. Se decidir-se por isso...

Ao responder pra você, cenas me vieram na cabeça! A primeira é o sonho meu da Maratona de Londrina. E vejo que a questão não era apenas sonhar, mas por em prática o sonho! Pois muitos outros já haviam sonhado isto, antes de mim, creio. Mas não acreditaram ser possível. Não levaram adiante. A grande diferença entre “apenas sonhar” e “sonhar e realizar”... E isto é suficiente para entender porque o raio de abrangência que temos ser proporcional ao tamanho dos nossos sonhos postos em prática! Porque o sonho tornado realidade pode, de fato, repercutir na vida das outras pessoas. Muitas pessoas, dependendo do se faz. Veja só: a maratona em Londrina agregou pessoas da terra que correram pela primeira vez os 21 km. E tantas outras que também estrearam nos 42km, a marca tão sonhada por corredores! Justamente por ser uma prova que aconteceu na nossa cidade. Pois se fosse em outro lugar, muitos não se atreveriam a ir, viajar, porque os obstáculos, muitas vezes, da distância, da viagem do dinheiro que dispendido para participar das provas por aí, dificultam e até impedem tantos corredores de realizarem estes desafios! Fazer acontecer uma prova aqui, semeou sonhos. E gerou uma participação que mexeu com tantas pessoas. Movimentou a cidade! Digamos, foi um tsunami que passou aqui de pessoas que despertaram para a corrida de distâncias maiores. O raio alcançado por UM SONHO foi grande...

Filha, não a hora marcada no relógio, nem data circulada no calendário para estas coisas acontecerem. A qualquer hora e em qualquer lugar, podemos determinar mudanças nas nossas vidas e na de outros! Uma palavra faz diferença. Um sorriso abre portas. Uma palavra ríspida tranca para sempre a coragem. Uma grosseria fere e faz sangrar. Uma gentileza comove. Um gesto acolhe. Um olhar faz descansar. E o principal: descobrir que todo gesto que faz bem não precisa ser só com gente conhecida. Pode ser com aquele vizinho mal humorado, com o colega de trabalho que incomoda tanto, com o porteiro do prédio, o professor arrogante, o chefe estressado, o estranho que você sempre cruza no ponto de ônibus, o caixa do banco ou do mercado, ou os anônimos que você vê em viagem e os quais nunca mais vai ver. O que você vai significar, depende do que você se decide a ser e fazer. O raio de abrangência, somos nós mesmos que desenhamos...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

MAESTRIA!

Trigésimo primeiro dia – 17 de janeiro.

Tenho lido o livro “O monge e o Executivo”. Que grata surpresa! É mais uma quebra de paradigma para mim! Pois criei uma certa resistência a livros de auto-ajuda, por não apreciar o objetivo de vários autores em se manter numa linha muito mais de estrelismo do que de semear palavras que façam a diferença na vida das pessoas que as leiam! Fico um pouco receosas com livros que se tornam Best seller, pois, nem sempre a quantidade de livros vendidos é fiel à qualidade da literatura. Haja visto os programas campeões de Audiência de qualidade duvidosa,pra não dizer, descaradamente inexistente...

Bem, a questão é: Como foi um livro que foi um sucesso estrondoroso de vendas no Brasil, além de outros países, e ensinava algumas formas de liderança, fiquei com meus dois pés atrás! Pura bobagem, pois para fazer qualquer julgamento, primeiro, é preciso conhecer! No caso de um livro, obvio, eu teria de primeiro ler! E, isto, eu me recusava!

O que parece ser, então, uma firme posição de valores, passa a ser algo com outro nome: PREPOTÊNCIA! É a recusa por conhecer outras opiniões, outros pontos de vista, linhas de raciocínio desconhecidas, ir de encontro ao novo, para conhecer e depois, ainda que não se concorde com ele, respeitá-lo. Mas isto não acontecia, justamente, por eu me manter vacinada contra literaturas que não fossem aquelas que eu já compartilhava como parecidas com minha forma de ver a vida! Fica fácil assim! Você só lê quilo que diz “amém, amém, amém” pra você, e nada te contradiz, se contrapõe com você, não te cutuca, não te incomoda, não te contraria. Cômodo! Mas nada enriquecedor!

A cabecinha parece fervilhar com tantas informações novas, que se for pensar bem, nem são assim tão novas! Poderia dizer que é um RE-organização de velhas idéias que não eram percebidas e usadas da maneira correta! Interessante que cheguei a escrever coisas que, juntadas ao que li ontem, soam ser muito parecidas. E uma coisa eu tive bem clara: ao ler sobre liderança, suas características e toda a discussão que ocorre no enredo do livro, uma pessoa me vem à mente: você, Gi!

Então, penso... Você, há muito tempo atrás, leu este livro. Recomendou-o, mas eu, firme em minhas opiniões, não me interessei em ler! Diria ter me arrependido de não tê-lo feito antes, se não tivesse a convicção de AGORA ser o tempo certo para eu ler este livro! Fico impressionada em como ele usa as palavras com maestria!!! Não há outra forma de descrever... MAESTRIA! A arte de reger letras, palavras e frases, na seqüência perfeita para formarem uma sinfonia! O autor casa as palavras, num conjunto em que seu intuito de nos passar suas idéias acerca da liderança, atingem o alvo, nem além, nem aquém do tempo necessário. Usando o melhor cenário, os personagens ideais. Uma aula didática perfeita, onde os exemplos são apresentados como perfis diversos que questionam, exemplificam, perguntam , duvidam e por fim, compreendem o significado do que vieram buscar no mosteiro.

Ainda não acabei de ler! Pois assim, é uma forma prática de eu não me exceder nem só numa coisa, nem só em outra. Vou guardando um tempo para cada coisa. É certo que estou apreciando, saboreando a leitura como há tempos não fazia! E pude constatar que você, querida, é hoje, dos meus melhores modelos de liderança! Bondade, humildade, benevolência, amabilidade, leia-se amor ágape, desprendimento, e uma doação de si mesma aos outros, sem se importar em si mesma, que é raro de se ver!

Enfim, filha. Hoje, escrevo vagueando nas palavras, pois precisava muito te dizer isto. Não é à toa que as pessoas te admiram, se afeiçoam a você, são cativadas por sua amabilidade e se dispõe tanto a te ajudar, sem intenção de receber, sequer, algo em troca! Pois VOCÊ se doa aos outros. É natural que receba de volta, este carinho e atenção, também!

Bem, sabe que passar as férias em casa não está tão rum assim! Pelo contrário! Estou fazendo, exatamente, o que me propus a fazer! Comportando-me como se estivesse em Bombinhas, aberta às novas amizades, tenho conhecido nossos novos vizinhos, novas amigas no prédio onde moramos, usufruído a piscina, como nosso mar, me desapegado aos horários de comer, dormir, obrigações. Nada de mais! Nada de grandes coisas! E tenho RE-descoberto prazeres assim! Coisas poucas, coisas bobas! Mas, coisas boas de se ter e fazer! Re-conhecendo o mundinho imediatamente ao meu redor, onde meus braços podem alcançar hoje, para depois buscar outros vôos mais longe...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Prefácio de Quebra de Paradigmas

Trigésimo dia!!! – 16 de janeiro

Uauuu! Viramos a dezena de novo!
Tantas coisas a contar!
Listando:
Ficamos quatro dias na Tia Any – Como é bom estar junto de família! Aconcehgante!
Voltei para aula de Dança de Salão – Fomos eu e o Marco! Tinha até esquecido que gosto tanto de dançar!
Sou (de leve!) a personal trainer do meu filho!!! Hahahhaa!! Curto muito ir com ele na academia e orientar, corrigir e sugerir exercícios!
Li (devorei!) o livro “O Monge e o Executivo” recomendado por você há tempos! Muitos ensinamentos!!! Absorvendo...
Li seu blog – imagino cada cena! Viajo junto! Estou aí com você! Eu sei que você sabe que consigo me imaginar aí! Pensa: Susi patinando no gelo??? Só risada!!! Mas também me relembraria meus tempos de... patins de rodinha...
Respondi teus comentários no blog Diário de Porto – Que delícia é ler e ver a conexão!

Bem, agora venho falar um pouquitito! Estou quebrando paradigmas! Olhe só, reciclando palavras. Foi muito interessante ler o livro (falta pouco para acabar...), pois muita coisa que li, eu havia acabado de escrever no blog, nestes últimos dias!!! Estava lendo numa tacada. Aí, resolvi desacelerar e pegar o bloquinho de anotações... Muitas coisas... A cabeça fervilha de palavrinhas querendo pular pra fora!!! Mas me propus a ler-absorver-aprender para aprender a ouvir-reter-fervilhar, para não estagnar nas mesmas idéias de sempre! Vi que é preciso remexer com o adormecido, acomodado, encaixado! Senão, empedra! Senão fica inflexível. Senão vai, depois, não querer saber de mudar! E tudo é passível de mudar!

Estou contente com algumas decisões que tomei! Menos para ser mais! Mas isto fica pra outro dia! São várias coisas que têm pipocado para eu escrever. Mas há o dia de plantar e o dia d colher! E, ultimamente, tenho sentido necessidade de absorver... Ir para o novo! Tudo me leva a ver que caminhamos para isso, ou para o vazio... Amanhã escrevo mais!

domingo, 15 de janeiro de 2012

SAUDADE ÀS AVESSAS

Vigésimo nono dia – 15 de janeiro

Querida,

O tempo é algo indecifrável! Somos divididos por números. Já percebeu? São segundos que determinam a diferença de um vencedor de um segundo colocado. Minutos determinam um acidente, a perda de um ônibus, um avião, o trem. Horas reservam segredos. Dias contam histórias. Semanas separam horários de aula, de afazeres que preenchem o resto do ano. Meses incluem decisões. Anos classificam a idade, o tempo de existência. Onde nos encaixamos nisso?
Já são vinte e nove dias aí! Seriam em torno de setenta e quatro dias, não? Penso que, mesmo com toda a saudade que você deve sentir de seu ninho, de seu lar, de seu cantinho em Maringá, de suas coisas, seu travesseiro, amigos e amigas, a voz ao vivo de sua família e de pessoas com quem costuma falar e trocar suas confidências, ao fazer a continha ao contrário, de quantos dias já se passaram e quantos dias restam para estar aí, você deva sofrer de algo que eu mesma sofra e quase ninguém entende: A SAUDADE ÀS AVESSAS. A saudade que vem vindo, crescendo das pessoas com quem está convivendo aí, do lugar em que você está hoje e do qual irá partir dentro de uns dias... Tem?

É uma sensação diferente. Quando eu viajava para fazer curso fora da cidade e via todo mundo com saudade da sua cama, de seus filhos, de sua casa, de suas panelas, eu me sentia um bicho estranho. Não que eu não sentisse saudade de minha casa, de meus filhos. De forma alguma! Mas creio que era uma mistura da certeza de voltar, de tê-los comigo, independente do local e hora em que eu estivesse com vocês. De levá-los comigo, sempre junto de mim. E a saudade das novas coisas que adquiri... Compreende? Creio que este nosso sangue “viajeiro” seja responsável por muito dessa sensação. Temos em nós a raiz, preservamos nossa ligação de família, mas conhecer pessoas novas e novos lugares pra nós é tão natural como já tê-los conhecido há tempos... Criamos laços! Apegamo-nos a estas pessoas. Infiltramos raízes pelos locais pelos quais passamos. Deixamos pegadas e seguimos. E, se pensar que são pessoas que nunca mais veremos, sentimos um vazio, a saudade que se anuncia, antes dela mesma acontecer. Sente isso?

Era algo que me incomodava. Um vazio difícil de explicar. O desejo de não se querer perder algo que havia me fascinado e que mantinha um fio comigo e que fazia doer a possibilidade de não ter mais. Coisas assim, a gente aprende com o passar do tempo, na dor e por amor, que não dependem da presença física tê-los conosco, ou não! Todos estes olhares que te miram, sorriem pra você, tentam te compreender em teu inglês, se expressam em seu polonês, têm em comum algo que extrapola a linguagem verbal das línguas provenientes da “Torre de Babel”: SONHOS! E sonhos não são aprisionados por línguas. Para se fazer compreender, quando há algo em comum os ligando, o sorriso, a micagem, as mímicas cumprem tão bem seu papel de comunicação que as palavras não são necessárias. Você já passou por cerca de novecentos jovens. Virão outros mais. Quantos alunos eu tive? Nunca parei para contar... Centenas, é certo! Possivelmente, milhares! O raio de abrangência que temos é proporcional ao tamanho de nossos sonhos postos em prática! Vês? O que nos acalma a saudade de pessoas que sabemos que não veremos mais é a certeza de carregarmos eles, um pouco, conosco e ficarmos um pouco com cada um deles! Deixamos marcas! E levamos as deles em nós! E, dentro de nós, fica registrado tudo aquilo que ultrapassa as barreiras, as fronteiras, o oceano.

Gi, creio que você já saiba tudo isso que eu estou lhe falando. Está aprendendo muita coisa por você mesma, não por palavras, por exemplos de outros. Mas atravessando, você mesma o seu céu, o seu mar, o seu caminho. Guarde todas as lembranças colhidas neste caminho! Deixe as tuas, como sei que já têm deixado! Se bater a saudade às avessas, acalme-se. A vida tem um caminho inimaginável. E só por isso, vale a pena!

Saudade! E amor sempre e pra sempre!
Saudade é amor sempre e pra sempre!

sábado, 14 de janeiro de 2012

PORTAS NOVAS – NOVOS CAMINHOS!

Vigésimo oitavo dia – 14 de janeiro


Tenho acompanhado suas postagens, suas “atualizações”. Estamos na era do clique. Não exatamente o meu CLIC, que representa a captura. Por clique, digo o rápido movimento de clicar e sair de uma página, ir para outra, acessar, sair, curtir, adicionar, remover, excluir. Uma era com a facilidade de poder se decidir entre adicionar pessoas como amigos, ou excluí-los, na velocidade de um clique! É assustador!

Bem, já conversei sobre isto com um amigo. A comunicação ganha em rapidez e perde em pessoalidade! Ganha-se em quantidade de acessos, amplia-se o grau de abrangência de suas palavras, mas pode-se perder a pessoalidade, se não cuidar! Os contatos ficam, digamos, generalizados. Os recados são postados em mural. Todos têm acesso! Todos lêem e podem responder. E quando não têm nada a falar, mas querem marcar que passaram ali, podem “curtir”. Aliás, diga-se de passagem, o “curtir” para um bom entendedor, também serve de “tchau”! Pois quando se posta comentários e as respostam vem e você não tem mais o que falar, você encerra a conversa com um “curtir”. Uma espécie de ponto final. Um sorrisinho de “tchau”, “não tenho mais nada a dizer. É ou não é?

Bem, para não ser negativista, é preciso ver o que há de positivo nesta louca era de facebook, de redes sociais, de recado postado do outro lado do oceano e que são, imediatamente, lidos por quem acessa o perfil de que postou. Louco isso!!!

Hoje, li sobre sua satisfação de ter um fim de semana tão imprevisível como foi! Você, durante a semana, conheceu cerca de novecentos estudantes entre 16 e 19 anos! E alguns foram adicionados em seu facebook. Muitos acessaram seu blog. Alguns te procuraram para te levar a um passeio nunca antes experimentado! Patinar no gelo! E, então, fico aqui pensando... Quantas portas NOVAS estão ainda por se abrir? Quantas imaginamos, quantas nem fazemos idéias de existirem? Como temos a capacidade de nos fechar, nos alienar, agir, interagir, e abrir-nos a estas portas??? É infindável o número de caminhos. E em cada caminho, incalculável o número de portas dispostas no corredor! Cada porta oferece experiências diferentes. Pode-se passar pela vida, rapidamente, chegando-se logo ao pórtico que indica a chegada, mas... Afinal, qual a necessidade dessa pressa em se chegar logo? Em ser o primeiro a chegar lá? O que importa, realmente: ser o primeiro a terminar a jornada, ou apreciar as infindáveis nuances que se mostram no caminho? Hã????

Muitas vezes você pediu colo. Tantas vezes eu confessei a você não saber se havia tomado as decisões certas em sua educação! É difícil, extremamente difícil saber se acertei no caminho decidido, quando se trata de filhos. Muito mais difícil do que decidir meus próprios caminhos! Parece que quando nascemos, é inserido na gente um programa que determina o que devemos fazer, ensinar, atingir. Há um futuro razoavelmente aceitável. Há um padrão do que é o ideal. E o que estiver fora disso, é tido como tardio, errado, fracasso! Parece haver uma linha do tempo onde cada coisa pertence a uma determinada etapa. Fora dela, há uma luz vermelha que acende avisando que não é hora de fazer isto, ou aquilo. É preciso ser ousado para infringir a regra. Arriscar fazer algo fora desta ordem, fora do padrão, deixar a luz acender, a sirene de alerta tocar e seguir firme rumo ao que se decidiu fazer! O mais absurdo é que condenamos as tentativas, mas aplaudimos, ao final, se houver sucesso! Prega-se o padrão, mas enaltece-se o diferente... Alguém entende? Alguém explica?

O curso natural das coisas:
1. Nascer
2. Crescer
3. Aprender a falar, andar
4. Ir para a escola
5. Aprender na escola
6. Conhecer amigos
7. Continuar na escola
8. Ir pro colégio
9. Entrar na faculdade
10. Formar-se
11. Arrumar um emprego
12. Estabelecer-se num serviço
13. Estabelecer-se na vida
14. Ter casa, carro, emprego, família – não exatamente nesta ordem, mas TER!
15. Envelhecer
16. Morrer.

Vida cinza, morna, sem cor e sabor. Pode até ser a receita de “sucesso” atingir todas as etapas. Mas se não houver um vento mais forte, uma cor, uma melodia, uma chuva inesperada no caminho, um desvio, um acesso, o inusitado, temperos mais, eu pergunto: será mesmo que o indivíduo viveu, ou passou, apenas, na vida?

Não ligo mais para a ordem das etapas. Nem sequer para as etapas como itens obrigatórios de uma vida feliz. Não é fim do caminho que importa ou retém o sentido do caminhar. Mas todas as possibilidades que surgem ao se passar pelo caminho. Nem este caminho é uma reta, sem reentrâncias. Há portas pelo caminho. E a vida não é uma corrida, uma competição onde o que vale é chegar primeiro. Mas ao final dela, saberá ter aproveitado melhor quem não se apressou e apreciou aromas, sabores, cores no caminho. Vejo que este pequeno desvio que você tomou nesta etapa “faculdade” não te tira do caminho “certo”. Ao contrário, te enriquece com um mundo inteiro de possibilidades!!! Quem se dá a chance de ousar abrir uma porta nova, corre o risco, sofre o medo do desconhecido, mas acrescenta para si algo que somente seus olhos saberão, seu coração absorverá e sua alma levará sempre consigo!

Portas novas: como saber o que há atrás delas se não passar por elas?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Entre parênteses! #Pausa 1!#

Entre parênteses: Ou na linguagem da minha filha #PAUSA#

Postei no blog agorinha um breve relato meu sobre o que tenho lido no blog desta figurinha Gigi Saito. Com certeza, sonhar é bom. Realizar, melhor. Mas, registrar, é sem medida pra falar... Estamos, nós duas, passando de maneira intensiva pela nossa melhor experiência em nossas vidas! Devo ter relatado no segundo post deste blog, no "Vinte e um papeizinhos..." sobre nossa mania de bilhetinhos... Pois, então! Esta era a melhor lembrança de uma menina de oito anos de idade, na terceira série, quando indagada sobre o que mais gostava em sua mãe. Tipo: "O que você mais gosta que sua mãe faça para você?" Acima de brigadeiros, bolos de chocolate ou qualquer quitute que seus coleguinhas lembraram-se, Giovana, esta formidável menininha de oito anos tinha como sua melhor lembrança de chamego, de agradinho, os meus bilhetinhos...

Este nosso costume rendeu... Virou e-mails em sua partida para Maringá para cursar sua faculdade. Tomou forma de recadinhos nas redes sociais no Orkut e agora no Facebook. Tem virado "Conversas para se ler depois" nas nossas postagens nos blogs que criamos, ela no "Diário de Bordo" e eu, no "Diário de Porto", para registrarmos este momento único. Nossas palavras são nossas conversas, de uma para outra, de uma para tantos que acessam e lêem seus relatos, ou lêem nossas cartas. A conexão que se estabelece é vista a olhos vivos quando uma posta, a outra comenta com igual intensidade e sentimento diante das mesmas coisas. Ainda que o tempo e o espaço não sejam os mesmos, ela lá, a três horas adiante do nosso tempo, do outro lado do oceano, eu aqui registrando bobices, sentimentos, pensamentos que vão surgindo na sua ausência física/ presença certa!

Como falei, é um "abre parênteses". #Pausa# para registrar o que vem acontecendo! Prova de que bilhetes, cartas nunca caem de moda! Nunca serão substituídos. Por tipo nenhum de meio de comunicação que for criado que não inclua a espontaneidade e conexão só possível entre pessoas que se amam, alimentam e vivem o amor!

Segue o que postei no Facebook, quando li seus relatos em seu blog. Grata surpresa. Deliciosa leitura! Boa leitura!

"Tenho me surpreendido com a leitura dos relatos de viagem de minha filha em seu blog "Diário de Bordo" que complementam o meu blog "Diário de Porto".
De uma maneira especialmente sua, com total espontaneidade, típica de quem escreve com os sentimentos a flor da pele, vem contando sua experiência junto de alunos na faixa dos 16 aos 19 anos, onde ela fala da cultura brasileira, de emprendedorismo e, como não poderia deixar de ser, fala de SONHOS...
E posso dizer: do alto de seus poucos 21 anos, fala com propriedade disto. Pois está vivendo o seu sonho de criança da forma que não poderia ser melhor. Pois é a principal responsável por estar lá. SONHOU, ACREDITOU, PROJETOU, BUSCOU MEIOS (leia-se TRABALHOU E ECONOMIZOU PARA ISSO...) E ALÇOU VÔO!

Giovana Saito, tenho o maior orgulho de te ver realizando teu sonho! E tem sido o maior deleite ler teus relatos. Especialmente este onde você SENTE na pele o que sigunifica ser PROFESSOR... Parabens, querida!"

http://gisaito.blogspot.com/​2012/01/brodnica-13jan.html

NADA, NADA É POR ACASO!

Vigésimo sétimo dia- 13 de janeiro

Começo pelo seu post de hoje:
http://gisaito.blogspot.com/2012/01/brodnica-13jan.html

“.. e no caminho eu fiquei pensando vááárias coisas, bem típico meu, e parei para pensar que em 5 dias, 900 estudantes passaram por mim, e tudo o que eu falei de certa maneira pode trazer efeito para eles.. Pensei em cada pessoa que tentou se aproximar, e tentei imaginar o tamanho do impacto que cada pessoa pode levar consigo, como teria sido se nós, AIESECos não tivéssemos ido lá, não que eu ache que seria melhor ou pior.. mas isso me fez entender um pouco mais de quando nós falamos na AIESEC de impacto.. Ouvir as histórias dos estudantes sobre viajar, outros países, sonhos de conhecer outros países viajando, me fez lembrar do meu sonho, e de como é bom hoje desfrutar dessa realidade! Deu força para seguir para tentar conhecer mais pessoas, e talvez deixar nelas um pouquinho de esperança ao contar como foi para mim poder viajar.. “ (Giovana Saito)

“Gi... pode crer... Quando li a parte onde você relata seu retorno no bus, na volta a Torun, pensativa, pensando em TUDO o que aconteceu na semana, eu estava lá com você, olhando pra você. Sei certinho a carinha que você estava, olhinhos perdidos lá longe, olhando a janela, relembrando... E vejo: como é bom acumular lembranças! E como é bom produzir estas lembranças no hoje, no agora! Ler você relatando que passaram 900 adoles por vocês, que você sabe que suas palavras, seu sorriso confiante, seu testemunho sobre o teu sonho se realizando HOJE pode despertar outros mais a buscarem seus sonhos próprios, me emocionou... De verdade! emociona-me ver você sentindo exatamente o que um professor sente na pele ao ver seus pupilos crescendo, ampliando o alcance de seus olhos no horizonte. Descobrindo que suas asas podem ir um pouco mais além... É indescritível esta emoção! É lindo te ver crescer junto deles! Pois ser professor é isto: Acreditar e agir para que você esteja ajudando outros a crescerem - e de fato colaborar nisso – e, surpreendentemente, descobrir-se crescendo junto com eles!” (Susi Saito no blog “Diário de Bordo”)

Gi, hoje, fiz diferente! Ao invés de escrever primeiro, quis ler primeiro. E quem me conhece sabe que tenho o grande defeito de mais falar do que ouvir e mais escrever do que ler! Mesmo gostando muito de ler, me flagrando de vez em quando fazendo aquelas leituras “the flash”, de vez em quando, onde eu leio um livro NUMA sentada, minha ânsia, ultimamente, tem sido tão grande por escrever, que esta minha inquietude tem me feito disparar letrinhas incessantemente! Foi a vontade de ler o teu blog que me freou e me presenteou com esta leitura gostosa, um deleite em ler sua experiência na mais nobre das profissões: o desenhador de sonhos – leia-se: PROFESSOR!

Sou suspeita ao falar de uma filha escrevendo. Imagine, logo eu que adoro escrever. Quem é corredor e sabe da minha paixão por correr, se surpreenderá ao ler minha confissão: minha paixão por escrever é maior do que correr! Admito! Nem eu mesma sabia disto! E assistir de camarote, de longe, porém tão próxima, você descobrindo as sensações a satisfação, a ESSÊNCIA do que significa SER PROFESSOR e, melhor, ler você relatando nesta forma poética que é ESCREVER diretamente do coração... Ahhhhhhh... Não tenho como expressar tal é a satisfação minha...

Vejo e descubro que esta nobre e bela profissão, tão mal utilizada por pessoas que caem nela e não tem iniciativa para saírem por pura incompetência de procurarem algo mais condizente para atuarem, possui uma essência tão peculiar, tão poderosa, tão infinita na sua capacidade de influenciar pessoas, definir futuros, abrir horizontes, desamarrar asas que já existem e que nunca foram enxergadas, ou sentidas. Quem nuca se apaixonou ou odiou, com igual intensidade a um professor? Quem nunca passou em branco numa disciplina, sem entender patavina, simplesmente porque “pegou” professores desapaixonados pela sua “matéria” e apaixonados pelo seu próprio umbigo, incapazes de saírem de dentro de seu casulo egocêntrico de achismos e narcisismo para fazer desperta em seus alunos o CONHECIMENTO? Quem nunca pegou um professor que dava aulas sem concentrar seus olhos dentro de um livro, sem amarrar o seu “trem de decolagem” e que parecia viajar ao falar de sua “matéria” com tal paixão, com brilho nos olhos, que por mais complicada que fosse sua disciplina, o interesse por aprender e apreender sobrepujava a complexidade e toda a dificuldade tornava-se mínima, pois, de maneira mágica, você parecia ser tele-transportado àquele mundo complexo e que até hoje te faz relembrar de cenas, ou do rosto daquela professora, ou de seu nome, ou de seu sorriso?

DESENHADOR DE SONHOS! Assim, descubro, posso definir esta bela e poderosa profissão! Desejando e dedicando-se, todo professor pode despertar olhos, fazer perceber asas que já existem e que não foram usadas. Incrível é, que você foi colocada (Deus?) numa terrinha onde está limitada em seus recursos de falar com palavras. Nem em português, nem em inglês. Em ambas, você se comunica bem. E você possui uma desenvoltura invejável em se comunicar. Sabe disso! E, ao invés disso, caiu na Polônia... Sabe por que???? Porque é em TEUS OLHOS que teus alunos enxergarão e entenderão a essência do que você diz! É em teu sorriso largo e franco que eles decifrarão a importância de SONHAR e REALIZAR! As palavras em inglês, ou polonês, apenas complementariam... A tua linguagem corporal diz tudo! O teus ENTUSIASMO convence. NADA, NADA É POR ACASO!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Luzinha do “ON” – Desenhadoras de Sonhos!

Vigésimo sexto dia – 12 de janeiro

Vou transcrever aqui, uma parte da postagem que fiz hoje, no outro blog CLICS:
http://clicandoeconversando.blogspot.com/2012/01/o-primeiro-movimento.html

“Bem, nos últimos dezesseis dias tenho escrito diariamente no blog “Diário de Porto”. Muitas vezes, começo a escrever e conforme as palavras vão indo, o rumo tomado, acabo postando no meu outro blog “Clics”. Hoje, por exemplo, foi assim. Ia escrever a carta para minha filha, pois foi um propósito que assumi de escrever uma carta por dia para ela, enquanto ela estiver em viagem. Uma forma de dar colo estando longe. De manter nossas conversas em dia, ainda que a leitura não aconteça todo dia. Mas que o “passar um tempo” de mim para ela aconteça DI-A-RI-A-MEN-TE... Isto é o segredo! E este propósito me faz ter força, vencer o sono para vir e escrever. E sei que lá longe, ela saber que todo dia eu lhe escrevo, a faz sentir-se mais aconchegada no meu colo, sentir o quentinho do porto seguro pra onde ela pode voltar e ter a certeza de que estamos CO-NEC-TA-DAS! E conexão, sintonia significam ao pé da letra: ligar um ponto ao outro, procurar a freqüência, o canal por onde a comunicação se fará melhor e facilitar a comunicação entre o ouvinte e o locutor. Manter acesa a luzinha do “ON”...”

Sabe, querida, amar requer DEDICAÇÃO. Nasce, com certeza de uma EMOÇÀO que nos pega, muitas vezes, desprevenida, de surpresa. Mas para ser vivido de fato, depende de DECISÃO. Lembra quando eu falava? Que amar somente não basta. É preciso ter decisão para viver um amor. Pois senão, ele não acontece...

Comecei a escrever hoje à tarde, como de costume, uma carta para você. Mas algumas vezes, vejo que o que eu escrevo fica mais apropriado para o outro blog do CLICS. Então, postei lá. Mas transcrevi para cá, algo que diz respeito a nós. Lembra que outro dia escrevi sobre nossos rituais? Pois então! Não é rotina aquilo que serve para alimentar. É alimento. As famílias precisam cultivar tempo junto. Os almoços de domingo na sogra, na mãe, na irmã precisam parar de ser vistos como algo que “tem de ir” para ser algo que ainda existe porque ainda há amor ligando as pessoas. CONEXÃO!

Algumas coisas têm de ser regradas. Demonstrações de afeto não estão na cláusula do contrato, mas se não acontecem esta ausência vai fazendo murchar qualquer afeto existente. Você vai passar alguns pares de dias fora. Poderia receber notícias esporádicas. Olhar alguma atualização tua no facebook, de vez em quando, mandar, ou receber algum e-mail. A internet é rápida! Mas, com exceção do e-mail que é uma comunicação pessoal, recados em mural, comentários em fotos são um recado coletivo e nunca, nem de longe substituirão a palavra que se escreve de UMA pessoa para UMA ÚNICA PESSOA do outro lado. E ponto!

O fato de eu ter me predisposto a escrever no blog que criei quando você partiu para sua viagem me fez ter uma meta. Manter o botãozinho sempre verde. A nossa conexão não cai nunca. Estamos “ON” todo dia. Ainda que a escrita não coincida com a leitura. Não importa. As datas comunicam quando foi escrito. E, como você mesma falou em seus comentários que eu ainda não respondi, mesmo tendo tempo passado, percebemos ter passado por pensamentos parecidos ao mesmo tempo. Seguindo raciocínios, sentimentos diante das mesmas coisas. CONEXÃO!

Sei e você sabe que esta conexão independe de demonstrações diárias de cartas. Mas DEDICAR TEMPO DIÁRIO a manter a luz verde, alimenta, aquece e cultiva este amor. Falhei num dia por sono. Não consegui entrar na internet antes da meia-noite. Seguidinho nos falamos e você me disse que não havia problema. Você sabia que estou com você TODO DIA! Ontem, a conexão falhou. E, coincidentemente, ao escrever, enfoquei isto: conexão. E você sabe o quanto gosto de passear nas palavras, brincando com elas. Então, nesta brincadeira de escrever, vi que o que precisamos é manter a luz verde acesa. Assim como viajar só não basta. Para eternizar os momentos, vocês estão clicando por imagens e depois, registrando com palavras tudo o que estão passando e vivendo. Faz durar! Eterniza momentos. A minha velha frase:
"Gosto da mágica do clic por isso: congela a cena. Eterniza sentimentos. Nos dá o passaporte para sempre lembrar...”

Escrever, querida, é um clic com palavras! Você, aí, registrando tua viagem. Eu, aqui, registrando o tempo em que você está longe, porém, tão próxima, nos dará o passaporte para sempre nos lembrarmos deste tempo. Como já disse na abertura deste blog: “Para registrar a realização de seu sonho para que nunca, nada a faça acreditar que sonhos são impossíveis!”

Lá na frente, quando o cansaço bater, a esperança de realizar coisas, buscar o horizonte parecer tão bobo, volte aqui, neste Porto Seguro. Sente-se, estique as pernas na mesa, ou deite-se na rede. Abra as histórias que desenhamos. Mergulhe! E viaje uma vez mais! Seus olhos brilharão e seu coração alçará vôo, de novo! E minará de dentro de ti a essência que nunca morre. Por mais que o tempo diga que não. Lá dentro somos-seremos sempre assim!

Desenhadoras de sonhos!!!

Opostos

(A conexão ontem falhou. Publico, hoje, a postagem de ontem.)


Vigésimo quinto dia – 11 de janeiro

Bem, em qualquer lugar do planeta haverá a chuva e o sol, o calor e o frio, o ruído e o silêncio, a inércia e o comichão... Diferentes serão as formas de nomear estes opostos! E, creio eu, a função principal de um existir é de fazer o outro ser percebido!

Hoje, filha, está frio aqui em Londrina... Chuva agora, aquela chuvinha que vem, vai ficando, ficando e não passa. Faz muito tempo que não passávamos o mês de janeiro em Londrina. Há anos que temos passado esta época do ano fora. Sempre em Santa Catarina. Bombinhas, algumas passadas rápidas em Floripa e umas passadas esticadas em Jaraguá do sul. Chuva nas férias irrita muita gente. Estraga o passeio, o humor, faz muita gente antecipar a volta da viagem. Eu sou suspeita pra falar sobre. Estando em viagem, encaro frio, chuva, sol quente, tempo seco, o que for, tudo por uma viagem!!! Até mesmo na praia, acampada, prefiro a chuva por lá do que chuva aqui. Só pelo fato de estar por lá... Isto sempre teve a ver com a falta de fincar os pés no chão. De ter raízes, sim aqui, mas não ter nunca me apossado do meu arredor como lar meu. Sentindo-me sempre, mais de lá do que de cá... Por isso, a experiência de estar aqui e não em Bombinhas, nestas férias, forçosamente, aqui, sem rodinhas debaixo dos pés, voando na água de snorkel, com casa e roupas mínimas, sem celular, sem internet (o note, tudo bem, pois é minha ferramenta de inventar letrinhas), tem sido, no mínimo, surpreendente e nova!

Hoje, acordamos cedo pra uns exames às 7h... Saímos de lá e pelas 8h30’ já estávamos de volta. Congelada nesta rápida saída, pus aquela roupa gostosa que representa o estar relax, à vontade, em casa: moletom largo, meias fofinhas e quentes nos pés e mantinha. Pulei pra baixo da manta, no sofá e nos pusemos a ler a quatro olhos, quatro mãos! Foi interessante! E, resignadamente, tive de admitir que além de ser subjetiva para escrever, pra falar, sou também para ler! Pode? Pode! Leio os parágrafos e, dependendo, releio para fazer os ganchos, capturar os detalhes que deixo passar se leio rápido ou sem atenção! Já sabia que você e o Gabri liam bem mais rápido do que eu. Mas não sabia que era eu quem lia, digamos, mais “degustadamente”, na tradução básica: D.....E......V......A......G.......A......R......! Ora, ora... A Susi devagar!Nada de mais!

Era uma história bastante interessante num livro recebido num tipo diferente de “roda de livros”. Através do blog do meu amigo Ricardo Hoffmann, uma amiga sua ofereceu um livro pra empréstimo e na ordem das postagens, um passa ao outro o livro através do correio! Um incentivo para a leitura real de literatura de qualidade, em papel e letra, em livro já lido e que desta forma não morre nunca, pois será passado a várias pessoas... Bem a questão é: tão aceleradinha, eu, e tão vagarosa para degustar um livro. Meu par de olhos que lia comigo ainda dizia que via que eu voltava os parágrafos e lia a orelha do livro, ou voltava algum capítulo anterior e me perguntou o que eu fazia. Era para reler alguma parte que eu já havia esquecido, ou não havia prestado atenção, justamente para ir fazendo as conexões do que estava lendo lá na frente. Foi uma RE-leitura minha de mim mesma. Interessante me ver em outros ângulos. Algo novo, inédito para mim. A gente faz tanta coisa nesta vida e eu nunca havia feito isso. Mesmo porque, vocês dois, meus dois amores nunca tiveram e não teriam paciência de lerem um livro comigo, pois eu sei que lêem muito mais rápido do que eu. Aí, entra o título do que escrevo hoje: OPOSTOS. Eu aceleradinha em tudo que faço, fazendo algo vagarosamente, o Marco que em tudo é mais calmo que eu, lendo rapidamente e me esperando acabar de ler para passarmos a página.

Não tenho conclusões sobre as coisas. Aliás, talvez o mais certo seja dizer que esteja evitando fazer conclusões precipitadas, pois, disso, sou campeã! E, com isso, erro bastante. Mas há muitos chavões engolidos impensadamente. Sobre “opostos”, uma porção. Então, prefiro não fazer conclusões. Apenas, vou dando um passo de cada vez! Mas, assim como cenas me instigam ou me motivam a escrever, palavras, situações, também! Quando comecei a escrever isso aqui, era por causa deste oposto do tempo. Frio/calor. Sol/chuva. Aqui/Bombinhas. Eu-Brasil-verão/Você-Polônia-inverno. E vejo que um tema me despertou a ver outras coisas ainda não observadas: Eu-acelerada/Eu-vagarosa. Alguém imaginaria isso?

Bem, estou, na verdade, acabando de concluir esta postagem para tentar publicar hoje, uma vez que ontem, dia da carta, a conexão não deixou! Coisas da tecnologia teimosa. Publico hoje a carta de ontem. E já, já escrevo mais a carta de hoje.
Te amo, minha querida! Sei que minhas cartas são longas... Mas é nossa forma de nos falarmos, contarmos o que vai indo... Já, já você estará me contando, pessoalmente, o que está passando por aí. Enquanto isso, eu me deleito em ler tuas postagens no teu Diário de Bordo. Diário de quem foi pra outros mares, outros ares. E você, tendo um tempo, vai lendo o meu Diário de Porto. Porto Seguro para você sempre voltar! Pois você terá muitos vôos ainda para retornar ao Porto Seguro. Pra contar com seus olhinhos brilhantes sobre teus vôos e, quem sabe, invertemos os papéis! Pois quando fui a lugares onde me deslumbrei pela beleza, num êxtase de encanto e de querer voltar, ao ter vocês, o desejo de levá-los foi imediato! Pois aquilo que colhemos de melhor, desejamos repartir. E sei que você já se imagina passeando conosco por ruas, lugares e ares aí...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nossos Rituais

Vigésimo quarto dia – 10 de janeiro

Tem certas coisas que são nossas, só nossas e se feitas, vão servir pra gente se lembrar dos nossos momentos! Coisa boa ir acumulando os CLICS da gente!
Veja só:
Decidimos fazer algo diferente! Ir pro meio do mato, cachoeira, coisa parecida! Dente várias opções, decidimos ir a um lugar já visitado em Faxinal. O Hotel Fazenda Luar de Agosto. Área de mata, trilhas perrengues, cachoeirinha, cachoeirona de mais de 100 metros, piscina de água de mina, toboágua, arvorismo, tirolesa e um restaurante da hora, de comidinha caseira! Decidimos pelo estômago! Ia ser prático, muito prático irmos sem preocupação de ter de cozinha algo pra um batalhão de gente-adolescente! Mas pra garantir, levaríamos sanduíches pra passar o dia. Como sempre foi nosso costume...

E na véspera, fomos ao mercado buscar o que faltava. Em casa, “operação sanduíche”. Como isto me lembra você!!! Fatias abertas, espalhadas sobre a mesa, uma passando o requeijão, a outra vindo com o queijo, depois o lombinho defumado, ou o que tiver pela frente, tomate (ou não, pro Gabri!), embrulho em série e de volta pros pacotes... É divertido! O Gabri deu umas enroladas, não assumiu o teu posto. Mas o Marco cumpriu o papel de parceiro! Estas cenas são nossos Clics! Eternos! Em qualquer lugar do mundo onde você estiver, com quem você estiver, é impossível que ao fazer isto, não te remeta às nossas tantas e tantas viagens quando nós fazíamos isto juntas! É muito mais pelo tempo passado junto, fazendo os lanches junto do que pelo lanche em si! Entende? Não é o produto que importa. Mas o processo! Assim como no livro do Fábio Namiutti “Melhor que a caminhada, é o caminhar”, assim como quando falamos que não é o destino que importa, mas a viagem. Ou que a chegada, o pórtico apenas desfecha todas as emoções de quantos forem os km de uma corrida em que se percorreu, como um sonho, um desafio a ser vencido e que é vencido! Não importa o sanduíche. Mas ficarmos ali, conversando, papeando fazendo junto é que era o importante!

Lembro de um filme que me marcou muito. Não porque fosse um sucesso de crítica, mas pelo que ele representava em uma família. Algo parecido com “Tudo num dia de domingo!”. Uma família negra tinha o costume de almoçar junto TODO SANTO DOMINGO! Até aí, nada de novo. Mas o detalhe era que as irmãs se reuniam de manhã para PREPARAREM o almoço juntas! Bingooo!!! O filme vai mostrando cenas de tudo o que isto envolve... Eu me lembro que assisti e, em sguida, já fiquei querendo começar a fazer isso com minhas irmãs! Passar o domingo conversando, pondo os papos em dia, com a desculpinha de estarmos preparando uma comidinha juntas. Entende? A comida é só o pretexto... Importa o encontro entre elas jogando conversa fora, com o costume de encontrarem-se semanalmente para isso. Dia marcado. Cria-se aquela expectativa de esperar a semana toda pelo dia para poder contar as coisas às irmãs. Definem-se tempos. Rituais. Intervalos de sim e de não. Quem aprende a esperar por algo, aprende a perceber que quer que isso aconteça. Anseia. Deseja. Espera. Regozija-se quando acontece...

São assim as coisas! Assim como cenas nos fazem lembrar por serem associadas a alguém, alguns costumes nos ensinam a preservar as pessoas ligadas a nós! E cria um dilema: tradição ou rotina? Isto quem define e diferencia é o quanto o coração é capaz de fazer repetidas vezes a mesma coisa com os olhos brilhando e o coração palpitando de vontade de que aconteça! Se for o piloto automático que leva a fazer, apenas um gesto repetitivo, mecânico, sem alma. Mas se a cada vez que se fizer, não importa o número de vezes que se fez houver alegria, prazer, mexer lá dentro dando um ar de novo, é porque a cada vez é nasce de novo e é renovado... E o que nasce sempre, não morre jamais! Percebe?

Por isso cultivamos CLICS! Por isso preservamos costumes! Por isso regamos nossa flor...
Agora mais do que nunca! Mas que nosso recadinhos-bilhetinhos não deixem nunca de existir! Certo???

Te amo!!!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Frases da gente...

Vigésimo terceiro dia – 9 de janeiro
“Fui eu que fiz!” eu dizia quando vocês eram menores e eu queria dizer algo sobre como é que podia, filhos lindos e era eu que tinha feito!!! Ou quando o Gabri aprontava alguma e eu olhava pra ele e, como se não acreditasse que eu mesma era responsável por essa gracinha, dizia a frase, desconsoladamente...

Esta foi apenas UMA das tantas frases nossas, que viraram nossos clichês, nossos chavões, nossa linguagem particular de nos falarmos em código, no meio dos outros, sem os outros entenderem muita coisa... Porque, afinal, importante era NÓS entendermos um ao outro!

Engraçado que algumas destas nossas frases eram “ordens” para serem obedecidas na hora!!!, Tipo: o sinalzinho de alerta, a luzinha que pisca dizendo e avisando, agora correr que o bicho pega! Uma delas era o “Não to pedindo, to mandando!!!” sempre que vocês me enrolavam, ou não faziam algo na hora...

Também me lembro de ter te falado muitas vezes que “Se você não fosse tão inteligente como é, eu te amaria do mesmo jeito!” toda vez que conversávamos sobre escola. Você ia bem, mas era preciso frisar que independente disto, era a PESSOA que você sempre foi que eu amava, e não o sucesso que você tinha. Amor independe de nota tirada na escola, cor do olho, cara bonita. Amor enxerga através disto tudo. Vê lá dentro. Por isso é amor. Senão, seria interesse!

Outro dos nossos códigos foi o TpGdD... Lembra? Segredinho nosso que deixou tanta gente curiosa! Gravado na “nossa” aliança, gerou curiosidade... Simples. Um lembrete pra nós do “A que viemos!” “Para que fazemos!” Para não perdermos o rumo, o norte, a bússola e não nos perdermos no meio do caminho da vaidade do eumismo do eusomente! Por crermos no TpGdD, exagerei ao ponto de esquecer que é gostoso ter orgulho também dos filhos! O orgulho bom e do bem que faz a pessoa sentir amparada, suportada para seguir!
É... Temos muito do que lembrar! Como eu dizia, o melhor presente é estar presente. Por termos tempo passado juntos, temos as nossas frases, os nossos clcs e tantas lembranças...

domingo, 8 de janeiro de 2012

MARATONISTA DA VIDA – no Pórtico da vida!

Vigésimo segundo dia – oito de janeiro

Que delícia falar com você hoje! Eu pretendia acordar cedo e te achar na internet. Mas praieira que sou, fui dar um passadinha rápida na “minha” praia do Brisas... Pra pegar o sol fraquinho e talz e voltar logo pra casa, na hora do sol forte e escrever, conectar, te achar e tarará... Mas, então, tagarelas que somos, tenho feito novas amizades aqui na nova casa, assim como você aí! E passei da hora... Vê que coincidência? Você aí, eu aqui, mas passando por experiências parecidas... Estou num lugar novo, conhecendo as pessoas que vivem aqui! E aí vemos a importância do ato de FALAR! Pode? No “meu tempo” de escola (horrível esta frase, mas pura verdade!!!), Língua Portuguesa, nem sempre teve este nome. Foi também: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO. Gosto desta idéia! Porque a Comunicação é tudo! Veja só! Você disse nunca ter feito tanta mímica! E, sem falar polonês, sabendo poucas e pequenas frases, tem conseguido se comunicar!!! Não é fantástico?

Bem, impressiona-me como as portas vão se abrindo, à medida que se vai dando os passos! Uma vez li numa daquelas mensagens que costumam mandar por email e, às vezes, descartamos sem ler por acharmos bobageira, que Deus não pediu para o seu povo esperar o mar se abrir e só então caminhar através dele já seco. Era para por o pé na água e ir adiante! Crendo! Pois, assim, ele se abriria à medida que seu povo avançasse os passos através dele! Percebe a diferença? Sim?

Crer é o ato de seguir na direção, mesmo que os olhos não estejam avistando, ainda! Sonhar é o ato de crer e já estar dando os passos, ainda que a razão não compreenda como... Você, hoje, pra mim representa a concretização de que SONHANDO, CRENDO, SEGUINDO determinada, preparada, disposta a encarar o NOVO SEM MEDO, intransponíveis são transpostos! Considere-se uma MARATONISTA DA VIDA! Subir num avião, rumo ao desconhecido, tendo uma vaga idéia do que encontraria lá, foi o equivalente a nós, maratonistas, a transpor o muro dos 30 pela primeira vez! Não sabemos ao certo, se conseguiremos, se suportaremos, temos uma vaga idéia de estarmos preparados pra isso... Alguns até passam por ele. Mas ao verem em torno de si tanta gente cansada, sucumbindo, desistindo de seu sonho de concluir os 42, abate-se também, deixa de CRER e pára...

Você está ai. Há km à frente, ainda. Mas estes, considero, são o após os 42! Pois, mesmo diante de tanta dificuldade, de tantos motivos plausíveis que justificariam você deixar esta idéia maluca de lado, você desenhou este sonho, segurou a chama, não desistiu e FOI! Se decolar no avião foi a LARGADA DA SUA MARATONA, aterrissar, considere, foi a SUA CHEGADA! Não importa o que acontecer daqui pra frente! Dizemos, na corrida, que uma vez MARATONISTA, SEMPRE MARATONISTA! NINGUÉM tira isto da gente! Gi... NINGUÉM, NUNCA, JAMAIS TIRARÁ ISTO DE VOCÊ! Você sonhou-acreditou-planejou-buscou-e-venceu! Alguém me diz que isto não é passar pelo pórtico da vida no seu maior desafio?

Se eu sou tua mãe maratonista, saiba, agora, que você é aminha filha MARATONISTA DA VIDA! Treinou duro pra isso, cumpriu duríssimas planilhas... Horários, planejou estratégias, largou e chegou... Orgulho infinito! Como você diz, em seu comentário no meu post, orgulho do bom, do bem! Nada de “metidez”! Mas a boa e leve sensação de ver o ente amado realizando coisas e sorrir junto! Ter prazer junto e de longe de saber o quanto o outro está feliz! O tipo de orgulho que se está feliz por ver o outro feliz. Diria, DELEITE MÚTUO!

*Observação: Às vezes, planejo escrever algo, a partir de um tema e fujo totalmente da idéia! Te falei que escreveria hoje sobre o “Fui eu que fiz!”... Bem, fica pro próximo! Hoje os dedinhos caminharam pra te eleger a minha maratonista predileta! A minha anja que nem sendo corredora me buscou nos momentos mais marcantes da minha vida! Na minha primeira maratona, em Curitiba, momento sublime, de êxtase, de vitória, sem dor alguma e alegria absoluta!

http://clicandoeconversando.blogspot.com/2010/12/historia-de-uma-maratonista.html

E na minha segunda maratona, também lá, um ano depois, num momento de dor, de insitência- persistência-teimosia onde sem saber se terminaria, depois de tantas lesões durante o período de treino, me dei a chance de ir para desistir dela, se fosse necessário. Mas, quando as pernas não agüentam mais, o coração leva! E o coração me levou km após km com dor, até a alegria de passar pelo km 34 ser maior do que dor alguma. E saber, ter a certeza de que eu teria alguém na chegada me esperando... Só quem passou por isso, sabe do que estou falando! Avistar a pessoa amada nos últimos metros de uma maratona te esperando pra correr junto de você os últimos metros nos injeta algo indecifrável! As dores desaparecem. A energia é transmitida. O amor transcende. Filha, sem saber, você foi meu Porto Seguro para eu chegar. Superar tantas coisas que rodaram na minha cabeça nos 42 km de Curitiba em 2010. E termos um porto seguro para chegar é a força que precisamos para não desistir NUNCA!

Bem, isto daria outro post! Mas fica por aqui!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Letra "G" de catchup!

Clics, ou cenas que são gravadas na memória e quando as repetimos, vêm à tona numa avalanche de sensações, histórias e situações...

Letra “G” de catchup

Vigésimo primeiro dia – 7 de janeiro
Lembra desta, Gi? Letra “G” de catchup? Pois, hoje, ao prepararmos um lanche daqueles mais caprichados, tipo, com tudo que se tem direito, daqueles que se tem de por uma TOALHA DE PAPEL pra envolver o sanduíche para “conter” pão-recheio-excessos, deu “dejavu”... O Gabri tomou a frente da preparação dos lanches, pilotou a frigideira pra fritar os bacons, queijo Polenghi, salame (adoro!), rúcula, tomate em rodelas, presunto, batata palha, maionese, mostarda e... catchup!!!! (Falei que o lanche era goooooooordooo!)

Bem, numa verdadeira obra de engenharia, fui lá montar o meu porque os meninos já tinham preparado e devorado DOIS sanduíches cada um, no modelito mais objetivo, que retiras os itens salada do meio. Mas, me conhece, né... Além de pão (ou apesar dele), fui depositando: hambúrguer e polenghi (estes já estavam pois eram ingredientes obrigatórios...), salame, bacon fritinho (sim, eu pus! Mais flexível, hoje, menos anoréxica!!!!), tomates (várias rodelas), rúcula, maionese e mostarda pra “colar” a batata palha e, por fim, mostarda e catchup para fazer a colagem final dos ingredientes, colá-los um ao outro pro sanduíche não desmontar... Aconteceu o “dejavu” (chamo de dejavu, as cenas que já passamos, esquecemos e quando acontecem, de novo, lembramos, numa menção ao filme “Matrix”)!!! Automaticamente, fiz a voltinha de catchup... desenhando a letra “G”! Na hora, a avalanche veio! Quantas vezes fizemos isso? Vixi... Nem dá pra ter idéia... Era quase um ritual! Nossos pic-nics na AFML, no bosque, por anos e anos... Ou nosso lanches em casa. Ou, ainda, numa farofa saudável, em Bombinhas! Fazia a voltinha com o catchup e depois falava que era a sua letra e do Gabri! Divertido, bobo! Um dejavu a mais, dentre tantos que temos. Só. E tudo!

Penso eu, ao viajar nestes CLICS, que eles são um botãozinho de “START”... Desencadeiam uma avalanche de lembranças, a quem se permitir lembrar! Junto de cada clic, histórias, lembranças, coisas esquecidas... Assim como os bichinhos de batata e palitos de fósforo que eu fazia pra você no microondas... Mimozinhos. Brinquedinhos de mãe pra filha/filho. Clics fotografados e guardados pra serem tirados da velha e boa caixa de sapatos recheada de fotos pra se revirar e ter DO QUÊ se lembrar depois... Um TUDO.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Viagem pra onde?

Vigésimo dia – 6 de janeiro
Contagem dez a dez! De décimo, passando pros vigésimos, logo, logo os trigésimos até chegar nos...???? Vai ficar aí até os sexagésimos???? Ui!!!!!

Bem, é bom escrever assim, no começo do dia! Se bem que no horário britânico, são 10 da manhã aqui e seria um horário de estar fazendo almoço... Cuidando da casa... Fazendo contas... Mas como no meu horário brasileiro de férias, não “to nem aí” pra estas coisas, fico por aqui fazendo o que dá na telha! Café da manhã tomado, biquíni colocado, fazendo algo que adoro (escrever...) e depois, a praia de mentirinha que posso ter!!!

Estava viajando em meus pensamentos... E bem é disso que dependem nossas viagens! De viajarmos primeiro em pensamento pra depois por em prática, aquilo que desejamos. Antes, ainda de pensar uma viagem, junto com o desejo, é preciso ter um coração desperto pra sonhar estas viagens... E isto, vejo eu, começa de berço... Ter pessoas que nos influenciem a ver, respirar, cheirar, tatear, saborear viagens... Pra depois, crescer apreciando isto!

Nem digo que seja necessário “grandes” viagens. Eu me lembro que as nossas pequenas expedições incluíam pescarias debaixo da ponte do Rio Tibagi, logo ali na cidade de Jataizinho! No tempo em que tudo ali era mato, terra/barro, sentava-se no barranco, pedra, toco, ou quando muito, em banquinhos dobráveis que meu pai levava. Pegávamos minhoca no quintal, colocávamos em latinha de Nescau que tinham tampa pra elas não fugirem no meio do caminho, com o cuidado de fazer furinhos na tampa com prego, pra elas respirarem!!! Meu pai preparava as varas de bambu pra gente. Colocava bóias coloridas, levávamos lanche e eu nunca entendia direito como funcionava aquela vara esquisita dele, de molinete! Porque ele arremessava longe e ficava rodando, rodando para a linha ir se aproximando...

Não tenho idéia de quantas vezes fomos pescar com meu pai! E estas pequenas aventuras incluíam a margem privilegiada do mesmo rio, entrando pelo Çlube de Campo do Café, de onde éramos sócios “remidos”! Quem se lembra desta modalidade neste fadado segmento de clubes? Éramos sócios de três clubes!!! Não é à toa que eu sou vidradinha em ser, ainda. E gostar de piscina, pic-nics no clube, passar o dia à toa nos finais de semana...



Em tempo de férias, tenho recordações de viagens com meus pais, eu e minhas irmãs para praias, principalmente para Santa Catarina! Para os lados de São Paulo e Rio de Janeiro, também! Também visitávamos muito seus parentes, tanto nas viagens, como aqui mesmo em Londrina. Como já disse, as rodinhas nos pés, creio, herdei dele!!!

Este espírito “viageiro” é algo que você nasce com ele! E, logicamente, dependendo de com quem convive, desperta ou adormece ele... Em mim, juntaram-se ambas as coisas. Não poderia dar outra coisa: desde sempre, há em mim, uma sede de ir pra lugares novos, voltar aos que adotamos como nossos, buscar sempre o vento que sopra do lado de lá! E, como o vento não estaciona em lugar algum, estou sempre correndo atrás dele!

Creio que a decisão de viajar parte da vontade de conhecer lugares e pessoas diferentes. Buscar o horizonte. A sede de não estagnar, não ser sufocada pela mesmice que a rotina impõe. Não é que não se saiba parar num lugar só, quando é preciso. Mas ter os olhos postos sempre além, ajuda a não criar teias de aranha na alma. Não criar mofo, bolor, enferrujar o cérebro, as articulações, os ossos, endurecer os músculos, inclusive do coração...

Concluo, então, que o desejo de viajar tem a ver com esta viagem suprema que é a VIDA! Pois, ao se desejar prosseguir, ampliar os caminhos que se não esticados pelos nossos “longos”olhos, restringem tanto, limitam, encurtam, sufocam é uma forma de esticar nossos já contados anos de vida! Pois dentro de um mesmo número de anos põe-se mais vida... Como já dizia um velho ditado,não é a quantidade que importa, mas a qualidade! Verdade absoluta! Viagens injetam cores, ares, momentos únicos, rodagem, CONVERSAS, LEMBRANÇAS, IMAGENS, CARTAS E SONHOS à vida. Talvez, por isso, minha alma seja assumidamente andeira/viageira, e ao nomear meu primeiro blog, tenha juntado a palavra CLICS a coisas essenciais para mim!

Quem não possui alma viageira, mesmo estando na estrada, em outros lugares, não viaja, de fato. Tem os pés longe e o coração preso à casa, às obrigações de sua mesma rotina. Não descansa, não se liberta daquilo que o enclausura. Sai de seu teto, leva o seu dia junto. Quem possui a alma viageira, viaja até mesmo pelas mesmas paradas, até mesmo em seu próprio local de morada. Pois SEUS OLHOS buscarão viajar de forma diferente. É a maneira de ver o seu arredor que determina se você está passando apenas, ou se está viajando pela vida.

Viajar pra onde? Pergunte ao seu coração! Ele irá te dizer... Mas que esta conversa seja sincera, que você busque a resposta lá no fundo do seu coração. Nada de fazer aquilo que “deve” ser feito. Mas o que se deseja fazer. O coração, no fundo, sabe. Ahhhh, sabe...