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Giovana, minha filha, viajou em busca de seu sonho. Europa e Polônia fazem parte do itinerário. Daqui, lhe escrevo cartas. De lá, em seu blog, relata a cada dia, tudo o que vem acumulando em lembranças.

Este espaço é aberto a todos que entram aqui para compartilharem este gostoso sentimento da SAUDADE! Que, por alguma razão, têm uma afinidade em lerem "Cartas para quem se ama". De verem em linhas, sentimentos que lhes são tão familiares. E, a mim, será um enorme privilégio poder ler suas impressões e comentários.

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Decisões! Mudanças de rumos

Quadragésimo quarto dia – 30 de janeiro.

Enfim, tomamos coragem de optar por uma mudança: colégio do Gabri! Um namoro longo, muitos sins, muitos nãos e hoje, concretizamos a mudança. Não vou dizer que foi de todo tranqüila, segura. É difícil estar num lugar bem conceituado, hiper bem equipado, onde tudo corre na maior eficiência, primeiro mundo e optar pelo desconhecido. Base da decisão? Amizades. Aquilo que foi tão difícil pra você, passando todos os teus anos dos dez aos dezessete lá. E ele desde os dez até agora. Tenho uma segurança de estar fazendo a coisa certa pela carinha de felicidade dele ao saber que estará, finalmente com seus amigos mais chegados junto, todo dia, naquelas coisas de estudante nesta idade. Sei que quanto às outras coisas, não havia por que mexer! Mas, pensando no lado da tal “felicidade”, creio, não nos arrependeremos. E eu fico aqui com o coração apertado, com o medo de ter ou não tomado a decisão certa... Creio, este é o maior medo de uma mãe: errar nas decisões com seus filhos. Pois errar comigo mesma, não tem importância. Sou eu mesma que vou arcar com as conseqüências de minhas decisões. Mas errar na vida dos filhos e vê-los sofrer é um sofrimento em dobro!

Findado este episódio, me retraio, me recolho pra pensar... Quantas coisas têm de ser decididas... E não é fácil! A gente sofre, na véspera, sofre no dia, passa uns dias sofrendo depois, até que o tempo vai mostrando se acertamos. Até que acalmemos o coração! Isto ainda vai levar tempo. Mas algo me diz que ele será mais feliz assim. Com “menos” em coisas que considerávamos tão importantes, mas com muito mais em coisas essenciais. E isto, sinto, valerá a pena!

Tenho pensado tanto em você! Uma semana sem notícias tuas é demais! Sei que acabamos nos falando até mais do que o normal de Maringá! E ler suas impressões, o que você tem feito, pensado, sentido é prazeroso, alimenta, nos aconchega. Alivia o coração sedento de notícias, de estar perto, sossega a ansiedade! Imagino tua aflição, também, pois é a primeira semana que você fica tão isolada de contato com brasileiros, com tua gente, tua família. Espero que esteja começando uma semana mais “urbana” no sentido de ter conexão mais acessível! Mas também estou certa de que esta semana em local mais rural, fazenda, campo deve ter sido muito linda! Gente hospitaleira, casas aconchegantes, neve, lareira...

Querida, estou naquela de dar um passo de cada vez, ter medo de dá-los, medo de já tê-los dado, como se atravessasse aquelas pontes pencil com todo o cuidado e medo da ponte balançar demais e cair. Digo ponte pencil porque de cima dela, enxerga-se lá embaixo, os lados, ela balança, não disfarça os passos e qualquer precipitação reflete em ecos imediatos! Muitas vezes, não gostaria de ter de passar pela ponte. E, ao ter de passar mesmo, é mais fácil passar por pontes asfaltadas de concreto. Mas elas não permitem a visão de fora. O passo é cego. A passagem incerta. Não se sabe, exatamente, para onde se está indo. E a passagem faz parte. Necessária para passar de um local ao outro, mudar o rumo. Concretizar uma decisão! Com certeza, algumas pontes depois de transpostas, acabam caindo com o tempo e o retorno fica inviável. A não ser que se construam outras pontes no lugar. Passar por uma ponte implica em se saber que a volta não é garantida. Mas também não é proibida! Atravessá-las amplia o leque de visão! Alcançam-se outros vales, outras montanhas, outras vistas! De tudo, valerá à pena! Parto, então, deste princípio: atravesso para sentir o solo. Pois não adianta tentar vislumbrar do lado de lá, algo que só se sente pisando. E há sempre a chance de ser bom. Passagens é o ponto exato onde é permitido os extremos: o cume e o precipício, o fim e o início, o medo e a coragem, o tudo e o nada!

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