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Giovana, minha filha, viajou em busca de seu sonho. Europa e Polônia fazem parte do itinerário. Daqui, lhe escrevo cartas. De lá, em seu blog, relata a cada dia, tudo o que vem acumulando em lembranças.

Este espaço é aberto a todos que entram aqui para compartilharem este gostoso sentimento da SAUDADE! Que, por alguma razão, têm uma afinidade em lerem "Cartas para quem se ama". De verem em linhas, sentimentos que lhes são tão familiares. E, a mim, será um enorme privilégio poder ler suas impressões e comentários.

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sábado, 14 de janeiro de 2012

PORTAS NOVAS – NOVOS CAMINHOS!

Vigésimo oitavo dia – 14 de janeiro


Tenho acompanhado suas postagens, suas “atualizações”. Estamos na era do clique. Não exatamente o meu CLIC, que representa a captura. Por clique, digo o rápido movimento de clicar e sair de uma página, ir para outra, acessar, sair, curtir, adicionar, remover, excluir. Uma era com a facilidade de poder se decidir entre adicionar pessoas como amigos, ou excluí-los, na velocidade de um clique! É assustador!

Bem, já conversei sobre isto com um amigo. A comunicação ganha em rapidez e perde em pessoalidade! Ganha-se em quantidade de acessos, amplia-se o grau de abrangência de suas palavras, mas pode-se perder a pessoalidade, se não cuidar! Os contatos ficam, digamos, generalizados. Os recados são postados em mural. Todos têm acesso! Todos lêem e podem responder. E quando não têm nada a falar, mas querem marcar que passaram ali, podem “curtir”. Aliás, diga-se de passagem, o “curtir” para um bom entendedor, também serve de “tchau”! Pois quando se posta comentários e as respostam vem e você não tem mais o que falar, você encerra a conversa com um “curtir”. Uma espécie de ponto final. Um sorrisinho de “tchau”, “não tenho mais nada a dizer. É ou não é?

Bem, para não ser negativista, é preciso ver o que há de positivo nesta louca era de facebook, de redes sociais, de recado postado do outro lado do oceano e que são, imediatamente, lidos por quem acessa o perfil de que postou. Louco isso!!!

Hoje, li sobre sua satisfação de ter um fim de semana tão imprevisível como foi! Você, durante a semana, conheceu cerca de novecentos estudantes entre 16 e 19 anos! E alguns foram adicionados em seu facebook. Muitos acessaram seu blog. Alguns te procuraram para te levar a um passeio nunca antes experimentado! Patinar no gelo! E, então, fico aqui pensando... Quantas portas NOVAS estão ainda por se abrir? Quantas imaginamos, quantas nem fazemos idéias de existirem? Como temos a capacidade de nos fechar, nos alienar, agir, interagir, e abrir-nos a estas portas??? É infindável o número de caminhos. E em cada caminho, incalculável o número de portas dispostas no corredor! Cada porta oferece experiências diferentes. Pode-se passar pela vida, rapidamente, chegando-se logo ao pórtico que indica a chegada, mas... Afinal, qual a necessidade dessa pressa em se chegar logo? Em ser o primeiro a chegar lá? O que importa, realmente: ser o primeiro a terminar a jornada, ou apreciar as infindáveis nuances que se mostram no caminho? Hã????

Muitas vezes você pediu colo. Tantas vezes eu confessei a você não saber se havia tomado as decisões certas em sua educação! É difícil, extremamente difícil saber se acertei no caminho decidido, quando se trata de filhos. Muito mais difícil do que decidir meus próprios caminhos! Parece que quando nascemos, é inserido na gente um programa que determina o que devemos fazer, ensinar, atingir. Há um futuro razoavelmente aceitável. Há um padrão do que é o ideal. E o que estiver fora disso, é tido como tardio, errado, fracasso! Parece haver uma linha do tempo onde cada coisa pertence a uma determinada etapa. Fora dela, há uma luz vermelha que acende avisando que não é hora de fazer isto, ou aquilo. É preciso ser ousado para infringir a regra. Arriscar fazer algo fora desta ordem, fora do padrão, deixar a luz acender, a sirene de alerta tocar e seguir firme rumo ao que se decidiu fazer! O mais absurdo é que condenamos as tentativas, mas aplaudimos, ao final, se houver sucesso! Prega-se o padrão, mas enaltece-se o diferente... Alguém entende? Alguém explica?

O curso natural das coisas:
1. Nascer
2. Crescer
3. Aprender a falar, andar
4. Ir para a escola
5. Aprender na escola
6. Conhecer amigos
7. Continuar na escola
8. Ir pro colégio
9. Entrar na faculdade
10. Formar-se
11. Arrumar um emprego
12. Estabelecer-se num serviço
13. Estabelecer-se na vida
14. Ter casa, carro, emprego, família – não exatamente nesta ordem, mas TER!
15. Envelhecer
16. Morrer.

Vida cinza, morna, sem cor e sabor. Pode até ser a receita de “sucesso” atingir todas as etapas. Mas se não houver um vento mais forte, uma cor, uma melodia, uma chuva inesperada no caminho, um desvio, um acesso, o inusitado, temperos mais, eu pergunto: será mesmo que o indivíduo viveu, ou passou, apenas, na vida?

Não ligo mais para a ordem das etapas. Nem sequer para as etapas como itens obrigatórios de uma vida feliz. Não é fim do caminho que importa ou retém o sentido do caminhar. Mas todas as possibilidades que surgem ao se passar pelo caminho. Nem este caminho é uma reta, sem reentrâncias. Há portas pelo caminho. E a vida não é uma corrida, uma competição onde o que vale é chegar primeiro. Mas ao final dela, saberá ter aproveitado melhor quem não se apressou e apreciou aromas, sabores, cores no caminho. Vejo que este pequeno desvio que você tomou nesta etapa “faculdade” não te tira do caminho “certo”. Ao contrário, te enriquece com um mundo inteiro de possibilidades!!! Quem se dá a chance de ousar abrir uma porta nova, corre o risco, sofre o medo do desconhecido, mas acrescenta para si algo que somente seus olhos saberão, seu coração absorverá e sua alma levará sempre consigo!

Portas novas: como saber o que há atrás delas se não passar por elas?

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