Re-descobrindo a terrinha... A melhor viagem e feita pra dentro de si mesma! Fato! O veiculo so leva aos lugares novos, se as rodas não forem quadradas, o para-brisas redondo e nosso olhar também...

Décimo oitavo dia – 4 de janeiro

Coisa boa o novo! Ainda que o novo seja um velho reeditado! Sabe do que falo? O velho lago, a velha cidade, vista de novo ângulo ganha novos ares... Descobri que não preciso sair daqui pra reeditar meu ano. Recuperar o gás reabastecer-me de energia. Estando aqui na minha terrinha, são meus olhos que devem viajar! São eles que darão cores novas e ares novos, novo fôlego ao que aqui esta!

Veja so: faz tanto tempo que fugimos da cidade para nos afastar da nossa rotina daqui que desaprendemos a cidade no mês de janeiro! Desconhecemos Londrina com roupa de férias. E confesso: tenho gostado! Não, não e um discurso vazio, conformado de quem não pode viajar! E lógico que trocaria Londrina por Bombinhas no mês de janeiro. Tranquilamente! Mas em não se podendo estar la, e preciso mudar as cores dos olhos para ver o velho como novo! Hora de botar o botaozinho dos olhos do coração pra funcionar...

Sabe, vejo que gostamos tanto e tanto de desbravar novos lugares que fechamos os olhos para o que nos rodeia no dia-a-dia. Como os quadros de Monet que adoro, todo lugar tem cores e luzes diferentes, conforme a época, conforme o sol, conforme a luz que incide sobre ele. E, tal qual os cenários de Monet, minha cidade recebe luzes únicas em cada época do ano. E já há muito tempo que não vejo as luzes que incidem sobre ela no mês de janeiro... E fazem parte destas luzes, os meus próprios olhos...

Olhe bem: há coisas que voce descobriu na viagem e que existem aqui! E voce, por estar em outra cidade, outro pais, em outro lugar, se permitiu voar em rodinhas no long, num passeio de duas horas de bike (isto já não te e tão novo...) e loucurinhas que não costuma se permitir aqui, so pelo fato de estar aqui! Vejo: ESTE e o grande problema! Ter de sair do seu limite de espaço para se permitir dar risadas gostosas so por estar deslizando em rodinhas! Viver num quadrado de ângulos previsíveis que enjaula e que tem medidas exatas, ao invés de viver numa bola redonda que sugere, mas não revela de todo o horizonte. Que rola e conduz a lugares inesperados. Pois que de uma hora pra outra, repentinamente, pode mudar a rota de seu trajeto por ser redonda, bater e voltar, rolar pra um lado ou pra outro. E que não tem ângulos exatos. De dentro dela, qualquer ponto e ponto pra se posicionar e olhar pra fora... De dentro de um quadrado, há lugares certos pra voce se recostar e olhar para fora. E isso não precisa acontecer somente quando se esta la fora. Aqui dentro e possível também. Mas para isso, e preciso desamarrar os olhos...

Temos o péssimo costume de deixar para lugares especiais a melhor pose para a foto! Para o dia de visita, a melhor louca... Para o lugar tão distante, a melhor disposição de experimentar as melhores coisas! Uma hora a pilha acaba! E a mascara cai. Bom mesmo e encantar-se a cada dia pelo mesmo local, pelas mesmas pessoas e RE-descobrir-se a si mesma!

Polonia!!! Que voce absorva novos saberes, novos sabores e traga junto de si, todas as novas cores que colheu viagem afora! O melhor sempre esta por vir! Porque o passado e lembrança, o presente o que se vive no agora e o amanha o retrato fiel do que se semeou pelo caminho!